Polícia

PF mira quadrilha que lavava milhões e comandava tráfico de dentro de presídios

Operação Metamorfo cumpre 24 mandados e desmonta rede que usava laranjas, imóveis e empresas de fachada

Por Redação 11/12/2025 09h09
PF mira quadrilha que lavava milhões e comandava tráfico de dentro de presídios
grupo comandado de dentro do presídio é alvo de operação em AL - Foto: Divulgação

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira, a segunda fase da Operação Metamorfo contra uma organização criminosa que controlava tráfico de drogas e lavagem de dinheiro a partir do sistema prisional. A ação mira suspeitos que utilizavam falsa identidade e estruturavam um esquema interestadual. Ao todo, 13 prisões e 11 buscas são cumpridas.

A ofensiva ocorre em Alagoas, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Segundo a PF, o grupo movimentava milhões por meio de contas de terceiros, muitas delas em nome de cônjuges e pessoas sem vínculo empregatício. Empresas de fachada e imóveis eram usados para mascarar a origem dos valores.

As investigações apontam para uma vasta rede de operadores financeiros e gerentes de tráfico. O volume de transações suspeitas chamou atenção dos investigadores. O cruzamento de dados revelou um padrão típico de lavagem sofisticada, ramificada em vários estados.

O líder da quadrilha, segundo a PF, dava ordens de dentro do presídio. Além do tráfico, ele é suspeito de falsidade ideológica ao movimentar recursos com identidade falsa. A estrutura criminosa funcionava de forma permanente e profissionalizada.

A operação é conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO). Cerca de 50 policiais federais e 40 policiais militares foram mobilizados. Equipes atuam simultaneamente em três estados.

De acordo com a PF, o grupo utilizava um modelo de pulverização financeira. Pequenos depósitos, transferências fracionadas e contas em nome de laranjas dificultavam o rastreamento. A tática permitia escoar grandes valores sem alertar automaticamente o sistema bancário.

A Polícia Federal reforçou que o objetivo central desta etapa é descapitalizar a organização criminosa. A apreensão de bens e o bloqueio de valores, segundo a corporação, atingem o núcleo financeiro do grupo. A estratégia busca impedir o ciclo de reinvestimento no tráfico.

Em nota, a PF afirmou que a Metamorfo simboliza o compromisso de combater o crime organizado e garantir a segurança da sociedade. As investigações continuam e novas fases não estão descartadas. A Justiça deve analisar ainda hoje os relatórios preliminares da operação.