A Polícia Civil de Alagoas (PCAL) prendeu, na manhã desta terça-feira (10), dois proprietários de ferros-velhos na parte alta de Maceió, durante uma operação contra o furto de fios e cabos. A ação ocorreu no entorno do viaduto da chamada “Favela da Federal”, área onde o crime tem sido recorrente.

Nos estabelecimentos vistoriados, os agentes encontraram grande quantidade de fios de cobre, aço e cabos industriais, todos apreendidos e encaminhados para pesagem. 

Segundo o delegado Thiago Prado, titular da Delegacia Especializada de Roubos da Capital (DERC), a investigação confirmou que os materiais eram adquiridos de usuários de drogas e retirados diretamente de postes e redes de alta tensão.

“Esses cabos são claramente identificáveis como material de concessionária. Ainda assim, eram comprados de pessoas envolvidas com furto, o que demonstra conhecimento da origem criminosa”, explicou o delegado.
A operação foi realizada em parceria com a concessionária de energia elétrica e integra uma força-tarefa nacional, que ocorre simultaneamente em outros estados.

O furto de fios tem se tornado comum na região, principalmente devido à atuação de usuários de crack que arrancam cabos para revenda rápida. Além do prejuízo às concessionárias, os crimes provocam apagões, falhas na iluminação pública e interrupção de serviços essenciais, afetando diretamente a população.

“É um crime que causa transtorno a toda a cidade. Não é possível que estabelecimentos ainda comprem material de pessoas claramente envolvidas com furto”, ressaltou Prado.

Os dois proprietários foram autuados em flagrante por receptação qualificada, crime cuja pena foi ampliada em 2025 e agora varia de 6 a 16 anos de prisão. A Polícia Civil também apura se os acusados são reincidentes, informação que será encaminhada ao Judiciário para fundamentar pedido de prisão preventiva.

Operações semelhantes já foram realizadas em outras regiões da capital e, segundo o delegado, quase sempre resultam na apreensão de materiais furtados. “Em praticamente todos os pontos fiscalizados, encontramos produtos roubados. Isso demonstra que a prática é sistemática e exige combate permanente”, concluiu.

A PCAL reforçou que a repressão continuará e que os donos de ferros-velhos devem manter as atividades regularizadas, comprando apenas sucata de origem comprovada.