Polícia
Agiota é preso em ação que desmonta esquema milionário de extorsão em Alagoas
Operação cumpre mandados em Maceió e Palmeira dos Índios e apreende carros de luxo, dinheiro e bens avaliados em quase R$ 900 mil
A Polícia Civil de Alagoas prendeu, nesta quinta-feira (27), um homem investigado por comandar um esquema de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro que atuava no interior do estado. A prisão ocorreu em um prédio no bairro Ponta Verde, em Maceió, durante a Operação Juros de Sangue, deflagrada pela 5ª Delegacia Regional de Polícia (5ª DRP) de Palmeira dos Índios.
Segundo as investigações, o esquema funcionou por cerca de um ano e meio, entre o fim de 2023 e julho de 2025. O caso teve início após a vítima principal contrair um empréstimo informal de R$ 20 mil. Com o tempo, o investigado, um homem de 56 anos, passou a impor cobranças abusivas e reajustes arbitrários, elevando o débito a mais de 100% do valor original. No período, a vítima chegou a pagar mais de R$ 45 mil.
A conduta criminosa evoluiu para extorsão continuada, com ameaças, perseguições e coação para novos empréstimos. Em mensagens, o suspeito chegou a citar falsamente autoridades para intimidar a vítima. O cenário se agravou quando um homem invadiu a residência da família durante a madrugada, alegando estar armado e danificando dois veículos, com prejuízo superior a R$ 90 mil. Ele fugiu usando um automóvel que, segundo a polícia, estava ligado ao principal alvo da operação.
A Polícia Civil também identificou um esquema de lavagem de capitais, com movimentações financeiras atípicas, blindagem patrimonial e uso de contas e bens registrados em nome de familiares para ocultar valores obtidos com o crime.
Ao todo, foram cumpridos 10 mandados judiciais em Maceió e Palmeira dos Índios:
1 mandado de prisão preventiva;
6 mandados de busca e apreensão em residências;
3 mandados de busca e apreensão de veículos, avaliados em aproximadamente R$ 560 mil;
Indisponibilidade de R$ 331.080 em contas bancárias.
A constrição patrimonial total se aproxima de R$ 890 mil, valor que fica retido para garantir o ressarcimento da vítima e o eventual perdimento dos bens ligados ao esquema.
A Polícia Civil reforçou que continuará atuando de forma integrada para combater práticas de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro, que impactam diretamente a segurança e a economia das comunidades alagoanas.


