Polícia

Justiça torna réus donos de clínica de reabilitação por crimes de tortura e abuso

Casal que administrava a unidade Luz e Vida, em Marechal Deodoro, responde por agressões e violências contra pacientes

Por Esther Barros 28/10/2025 10h10 - Atualizado em 28/10/2025 10h10
Justiça torna réus donos de clínica de reabilitação por crimes de tortura e abuso
Proprietário da clínica foi preso no dia 22 de agosto. - Foto: Porllane Santos

A Justiça de Alagoas aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual (MPAL) contra Maurício Anchieta de Souza e Geralda Anchieta, proprietários da clínica de reabilitação Luz e Vida, em Marechal Deodoro. 

O casal é acusado de cometer uma série de crimes, incluindo tortura, maus-tratos e abusos sexuais contra pacientes internados na unidade.

As investigações da Polícia Civil (PC) revelaram depoimentos de internos que relataram agressões físicas e verbais recorrentes, além de práticas consideradas degradantes.

Uma das vítimas afirmou ter sido forçada a manter relações sexuais com o proprietário da clínica semanalmente.

Com o acolhimento da denúncia, os acusados passam à condição de réus e terão prazo legal para apresentar defesa. A ação penal prosseguirá de forma independente do caso que ganhou maior repercussão, que foi o assassinato da esteticista Cláudia Pollyane Faria de Santa’Anna, de 41 anos.

A clínica Luz e Vida foi interditada em 25 de agosto, após o corpo da vítima ser encontrado nas dependências do local, apresentando hematomas e sinais de violência. 

Durante a operação de interdição, agentes da Polícia Civil, do Instituto de Criminalística (IC), da Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros encontraram sangue nas paredes de um dos quartos, identificado pelos pacientes como o “quarto do castigo”.

Maurício Anchieta foi preso três dias após o crime, em um motel no bairro de Jacarecica, em Maceió. Sua esposa, Geralda Anchieta, havia sido detida dias antes, acusada de abusar sexualmente de uma adolescente de 16 anos internada na clínica.

Enquanto o homicídio de Cláudia Pollyane continua sendo investigado em um inquérito separado, a Justiça agora analisa os novos crimes relatados por outros pacientes, ampliando o escopo das acusações contra os responsáveis pela instituição.