O corpo do piloto australiano Timothy James Clark, de 46 anos, foi liberado pelo Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima (IML), em Maceió, após a conclusão dos procedimentos legais. A retirada foi realizada por um representante autorizado pela família, que deve providenciar o translado para a Austrália.

Clark morreu no acidente aéreo ocorrido em 14 de setembro, no município de Coruripe, litoral sul de Alagoas. No monomotor pilotado por ele, a Polícia Militar encontrou 198 quilos de cocaína, embalados com um falso logotipo da SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk.

O caso segue sob investigação da Polícia Federal e é tratado como tráfico internacional de drogas. Segundo reportagens de veículos como Daily Mail, The Age e Bellingcat, Clark era ligado ao cartel irlandês Kinahan, considerado uma das maiores organizações criminosas da Europa.

As apurações indicam que o piloto teria lucrado cerca de R$ 120 milhões com o transporte de drogas e participado de até 30 voos transatlânticos, conectando a América do Sul, a África e a Austrália. O australiano também ocupava cargos de direção e secretaria em empresas de investimento ativas nos dois continentes.

Fontes citadas pelo jornal The Age afirmam que o voo que terminou em queda não foi a primeira missão de Clark na América do Sul. Em 2024, ele já teria participado de operações semelhantes de transporte de cocaína para o exterior.

As investigações também apontam vínculos financeiros entre Clark e o empresário alemão Oliver Andreas Herrmann, detido após uma operação que apreendeu 200 quilos de cocaína, além de equipamentos de aviação, óculos de visão noturna e carteiras de criptomoedas em hotéis utilizados pela rede criminosa.

O Departamento de Relações Exteriores da Austrália confirmou ter ciência da morte do piloto e informou que acompanha o caso em cooperação com as autoridades brasileiras.