Polícia
Mulher simula gravidez e desaparecimento para aplicar golpe em Maceió
Polícia aponta tentativa de estelionato após falsa gestação e encenação de perda dos filhos
A Polícia Civil de Alagoas investiga o caso de uma mulher suspeita de simular uma gravidez de gêmeos e inventar o próprio desaparecimento para aplicar um golpe em Maceió.
Segundo o delegado Ronilson Medeiros, da Coordenação de Pessoas Desaparecidas, a acusada participou de três chás de bebê, recebeu presentes e chegou a alegar que teria perdido os filhos para encerrar a farsa. Exames confirmaram que ela nunca esteve grávida.
O desaparecimento foi registrado na sexta-feira (24). No dia seguinte, a polícia já havia solicitado a quebra de sigilo telefônico para tentar localizá-la. "Durante as diligências, constatamos que nenhum hospital público ou privado confirmou a entrada da suposta gestante. Ela nunca fez pré-natal e nunca deu entrada em nenhuma unidade", afirmou o delegado.
A mulher foi localizada e levada ao Hospital da Mulher, onde alegou que os restos mortais dos bebês estavam guardados em potes dentro da bolsa. A cena causou estranhamento, e os objetos foram apreendidos. "A princípio, imaginamos até um possível tráfico de bebês, mas o exame de corpo de delito foi claro: ela nunca esteve grávida", explicou Medeiros.
Colegas relataram que a encenação durou meses. Ela mostrava a barriga crescendo, dizia sentir os bebês se mexendo e deixava que tocassem, contou o delegado. A suspeita, segundo ele, era muito acolhida pela empresa, que acabou sendo enganada.
A polícia acredita que o objetivo da farsa era obter vantagens materiais e emocionais, como presentes, fraldas e apoio financeiro. Ela foi esperta o suficiente para criar um enredo convincente, mas precisava de um fim para a história e inventou a perda dos bebês como desfecho, observou Medeiros.
Com a localização da mulher, o caso de desaparecimento foi encerrado. A investigação pode ganhar um novo capítulo se a empresa decidir registrar ocorrência por estelionato. Ainda segundo o delegado, a conduta dela pode configurar crime.


