Polícia

Tigrinho: Influencers alagoanos podem ser condenados a mais de 250 anos de prisão

Gaesf pede 254,7 anos de condenação para denunciados por exploração de jogos de azar on-line lavagem de bens e fraudes fiscais estruturadas

Por Ascom MPAL 17/06/2025 14h02 - Atualizado em 17/06/2025 15h03
Tigrinho: Influencers alagoanos podem ser condenados a mais de 250 anos de prisão
Jogo do Tigrinho - Foto: Reprodução/Google

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), ofereceu denúncia, no último dia 9, no âmbito da Operação Trapaça, que apura a atuação de uma organização criminosa (Orcrim) voltada à prática de fraudes estruturadas, exploração de jogos de azar on-line, lavagem de dinheiro e manipulação de rifas. A ação penal requer a condenação de oito pessoas, cujas penas, quando somadas, podem chegar a quase 255 anos de prisão.

A investigação inicial teve como foco o cassino virtual “Fortune Tiger”, popularmente conhecido como jogo do tigrinho, cuja popularização ocorreu por meio de campanhas massivas promovidas por influenciadores digitais. Segundo a denúncia ajuizada pelo Gaesf, a organização criminosa é liderada por um ex-policial militar que ostentava vida de luxo nas redes sociais, divulgando links e grupos de apostas, além de atuar em rifas manipuladas junto a outros influenciadores denunciados, e também condutas de lavagem de dinheiro.

A ação penal também destaca a manipulação de rifas promovidas nas redes sociais, onde há indícios de que os sorteios eram fraudados para beneficiar integrantes da Orcrim, em prejuízo dos participantes. “Essa prática, além de ilegal, reforça o caráter enganoso das atividades dos criminosos, que utilizavam a falsa promessa de prêmios para atrair vítimas e legitimar o esquema ilícito”, explicou o promotor de Justiça e coordenador do Gaesf, Cyro Blatter.

254,7 anos de prisão


Entre os denunciados estão o proprietário formal de veículos de luxo utilizados pelo suposto líder, sua esposa – que também atua na divulgação de jogos e rifas –, e um sócio em uma das empresas investigadas. A denúncia aponta, ainda, indícios de fraudes bancárias e utilização de “laranjas” para ocultação de bens, como veículos de alto padrão registrados em nome de terceiros, mas exibidos publicamente nas redes sociais dos investigados.

Ao todo, oito influenciadores digitais foram denunciados. Para o líder da Orcrim, o Ministério Público requereu condenação de 77 anos e cinco meses. Para os outros sete, as penas somam 177 anos e dois meses de prisão, totalizando, para todos eles, 254,7 anos de reclusão.

“Com mais essa denúncia proposta pelo Gaesf, o Ministério Público de Alagoas reforça seu compromisso com o combate à criminalidade organizada, à lavagem de dinheiro, à manipulação de rifas e à proteção da ordem econômica e social”, destacou Cyro Blatter.

Trapaça


O nome da operação, desencadeada em dezembro do ano passado, fez alusão ao engano que é praticado contra as vítimas, levando-as a se envolver com jogos de apostas, como se eles pudessem oferecer a elas uma ascensão rápida econômica, o que não corresponde a realidade em razão da enganação que há por trás desses jogos.

O Gaesf


O Gaesf é composto por integrantes do Ministério Público do Estado de Alagoas, Secretaria de Estado da Fazenda, Procuradoria-Geral do Estado, Polícias Civil e Militar de Alagoas, Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social e Polícia Científica.