Polícia
Major da PM usava agiotagem para estuprar parentes de devedores, aponta investigação
Inquérito revela que Djalma de Araújo condicionava o não pagamento de dívidas à prática de abusos sexuais; idosa com Alzheimer foi uma das vítimas

A Polícia Civil de Alagoas investiga o major da Polícia Militar Djalma de Araújo, de 59 anos, por usar a agiotagem como instrumento de coerção sexual contra parentes de pessoas endividadas. De acordo com a delegada Liana Franca, responsável pelo caso, o oficial cobrava juros mensais de forma ilegal e, diante da inadimplência, exigia o abuso de esposas, filhas e outras mulheres ligadas aos devedores.
As informações constam no inquérito que levou à decretação da prisão preventiva do major. Segundo a polícia, os crimes ocorriam há anos, com relatos que remontam a pelo menos 15 anos, envolvendo inclusive o estupro de crianças que hoje vivem fora do estado. Apesar do histórico, as vítimas não registraram denúncia por medo ou vergonha.
Um dos episódios mais recentes envolve o estupro de uma idosa de 85 anos, cadeirante e com diagnóstico de Alzheimer. O crime foi flagrado pela própria filha do militar, que imediatamente denunciou o pai à polícia. Segundo o depoimento da delegada, o abuso contra a idosa não era um caso isolado e já havia ocorrido outras vezes.
A investigação também aponta que, após a denúncia, o major ameaçou a filha que o denunciou, além da esposa e de outras duas filhas. O conjunto das acusações inclui estupro, ameaça, agiotagem e posse ilegal de arma de fogo.
O inquérito segue em andamento, e a Polícia Civil busca localizar novas vítimas e reunir provas adicionais sobre os abusos cometidos ao longo dos últimos anos.
