Polícia

PM de Alagoas nega relação entre troca de comando e fuga de major envolvido em triplo homicídio

Pedro Silva estava preso por violência doméstica e matou o filho e o ex-cunhado após escapar da custódia militar; mudanças no alto escalão ocorreram dois dias depois da fuga

Por Redação 10/06/2025 15h03
PM de Alagoas nega relação entre troca de comando e fuga de major envolvido em triplo homicídio
Nos vídeos, com cerca de sete minutos cada, o major contesta a legalidade da prisão preventiva - Foto: Reprodução

A Polícia Militar de Alagoas negou, nesta terça-feira (10), qualquer ligação entre a fuga do major Pedro Silva, ocorrida no último fim de semana, e a recente troca de comando na Academia da PM. O oficial, que estava detido desde janeiro por violência doméstica, escapou da custódia e, posteriormente, matou o próprio filho, o ex-cunhado e uma terceira pessoa.

A troca de comando, oficializada dois dias após a fuga, envolveu a saída do coronel Mário Xavier da direção da Academia da PM e sua transferência para o Comando de Policiamento Especializado. Em seu lugar, assumiu o coronel Carlos Azevedo, que anteriormente ocupava a chefia do CPE. Segundo a corporação, a substituição foi baseada no histórico profissional dos oficiais e integra o conjunto de mudanças administrativas regulares da instituição.

Em nota, a PM informou ainda que seis militares foram transferidos em caráter excepcional, mas esclareceu que nenhum deles estava de serviço no momento da fuga. De acordo com a corporação, a medida busca assegurar a imparcialidade nas investigações que apuram as circunstâncias da evasão do major.

Veja a nota na íntegra:

A Polícia Militar de Alagoas (PM-AL) informa que movimentações em cargos estratégicos são atividades rotineiras na Corporação e visam oxigenar a tropa e dinamizar a gestão no serviço policial militar.

A respeito da movimentação publicada em Boletim Geral desta segunda-feira (9), transferindo o coronel Mário Xavier, da Academia de Polícia Militar (APM) para o Comando de Policiamento Especializado (CPE), foi considerado o currículo do oficial superior, que possui vasto conhecimento e capacidade técnica, além de cursos e capacitações voltados à área operacional.

Igualmente, a transferência do coronel Carlos Azevedo, do CPE para a APM, levou em conta os excelentes serviços prestados pelo oficial na atividade de gestão em cargos estratégicos desempenhados anteriormente. Dessa forma, o comando-geral acredita que ambos os oficiais farão um exímio trabalho em suas novas pastas. A medida deve também conferir maior isenção nas investigações a serem realizadas relativas à fuga de custodiado ocorrida no último final de semana.

A PM-AL esclarece ainda que os seis militares transferidos em caráter excepcional não têm relação com a mencionada fuga, uma vez que nenhum deles estava de serviço no dia em que o fato ocorreu. O termo “caráter excepcional” alude ao fato de que tais transferências se sucederam em data diferente da estabelecida usualmente para esse tipo de movimentação.

Pedro Silva estava preso desde janeiro de 2025 por violência doméstica. Após fugir da academia, ele manteve familiares em cárcere privado, matou o filho e o cunhado, e morreu em confronto com o Bope.