Polícia

PC abre inquérito para investigar caso de agressão e homofobia em bar da orla

Delegada responsável pelo caso informou que o prazo é de 30 dias para a conclusão do inquérito

Por Redação 13/09/2022 17h05 - Atualizado em 13/09/2022 19h07
PC abre inquérito para investigar caso de agressão e homofobia em bar da orla
Delegacia Especial dos Crimes Contra Vulneráveis da Capital (CODE) - Foto: Ascom PC-AL

Nesta terça-feira (13), em entrevista ao Jornal de Alagoas a delegada Rebeca Cordeiro, da Delegacia Especial dos Crimes Contra Vulneráveis da Capital, responsável pelo caso de homofobia e agressão que aconteceu no último sábado (10), em um bar localizado no bairro da Ponta Verde, informou que já abriu inquérito para investigar o caso.

De acordo com a delegada, o inquérito foi aberto nesta segunda-feira (12) e tem o prazo de 30 dias para ser concluído. Ela afirmou que vai entrar em contato o proprietário do Bar Pedra Virada para identificar o garçom acusado de cometer a suposta agressão, além de intimar os envolvidos no caso para ouvi-los durante a investigação.

Caso

Na tarde de sábado (10), um homem foi agredido após supostamente ter sido vítima de homofobia por parte de um funcionário do bar Pedra Virada, localizado à beira-mar da praia de Ponta Verde, em Maceió.

Klayton Alves, estudante de psicologia de uma faculdade particular de Maceió, de 28 anos filmou a agressão e divulgou as imagens do ocorrido e seu relato nas redes sociais. Segundo a vítima, um funcionário do estabelecimento o barrou de acompanhar uma amiga no banheiro e, logo após, começou a falar piadas homofóbicas e preconceituosas. Após perceber que foi filmado por Kleyton, ele deu um tapa no rosto do jovem que chegou a derrubar e quebrar os óculos que usava.

"Ele me disse que não poderia usar o banheiro feminino porque eu não era, e nem chegava perto de ser uma mulher. Com paciência eu expliquei para ele que não iria utilizar o banheiro e sim que estava acompanhando a minha colega e que estávamos com várias bolsas. Com arrogância, ele falou mais alto e exigiu que eu saísse do banheiro porque eu não era mulher, só que ele falou em tom alto, fazendo com que outros clientes que estavam em volta ouvissem".

"Foi quando fiz um vídeo no meu Instagram relatando o que aconteceu, ele me viu gravando e veio falar coisas. Me feriu como ser humano, me sentindo muito mal mesmo estando certo”, completou.

Ao entrar em contato com o jovem, o Jornal de Alagoas foi informado que em outras situações a vítima já havia utilizado o banheiro feminino do local. "Como de costume e durante 28 anos da minha vida eu sempre fui ao banheiro feminino por ser gay, acompanhei ela (sua amiga) sem pensar que iria acontecer esse constrangimento", relatou.

Resposta do proprietário do bar

Em resposta, o proprietário do bar e restaurante Pedra Virada, localizado à beira-mar de Ponta Verde, Giovane Almeida, negou que houve agressão e xingamentos no caso em que um funcionário foi acusado de dar um tapa no rosto de um jovem.

Ele diz ter imagens que comprovam que não houve violência física e que quem partiu para cima de seu funcionário foi o jovem que acusou o funcionário de ter sido homofóbico. O caso aconteceu no sábado (10). Segundo Giovane, o cidadão que acusa o estabelecimento de homofobia entrou no restaurante junto a uma amiga e se dirigiu ao banheiro feminino, mesmo não sendo clientes e apenas transeuntes. Ele explicou que por ser uma barraca de praia não há espaço para termos banheiros de múltiplo uso e que o garçom orientou o cidadão a ir ao banheiro masculino e, inclusive, sua acompanhante, o orientou para fazer isso.

“O cidadão retornou do banheiro extremamente alterado e em direção ao funcionário com palavras de baixo calão e o acusando de ser homofóbico. “As imagens são claras. O cidadão partiu para cima de nosso colaborador”, diz.

Ainda de acordo com Giovane, o Pedra Virada tem 30 anos de história em Maceió e respeita a orientação sexual de todos, além de contar com funcionários homoafetivos entre seus colaboradores, inclusive o gerente que atendeu o caso.

A suposta agressão teria sido motivada por homofobia, após o jovem ter sido barrado de entrar no banheiro feminino para acompanhar uma amiga. Ele diz ter sido xingado com palavras de cunho homofóbico e registrou, em vídeo, a agressão que teria recebido: um tapa no rosto.