Polícia

Bilhete racista é deixado em prédio de BH: ‘seu lugar é no tronco’

A série de ataques pode ter sido direcionada a um funcionário, que registrou boletim de ocorrência

Por Redação 25/04/2022 18h06
Bilhete racista é deixado em prédio de BH: ‘seu lugar é no tronco’
Prédio de classe média em BH onde mensagens racistas foram deixadas. - Foto: Foto: Google Street View / Reprodução

Sofra as consequências, viado, preto. Ou você sai daqui, o resto toma banho de cloro, africano. Bons tempos eram quando pessoas como você sabiam do seu lugar que é no tronco, macaco, estúpido. Lugar seu é com sua gente na senzala, seus amigos são sujos como você”.

Esse é um dos trechos de um bilhete com ofensas racistas que foi deixado em um prédio no bairro Planalto, na Região Norte de Belo Horizonte. A série de ataques pode ter sido direcionada a um funcionário, que registrou boletim de ocorrência.

Nesta segunda-feira (25), a Polícia Civil informou que os fatos são apurados.

O primeiro boletim de ocorrência foi registrado na última quarta-feira (20), quando um funcionário de 25 anos compareceu à base da Polícia Militar junto com o supervisor. Naquele dia, ele contou que, por volta das 8h20, encontrou no setor em que trabalha papéis com as ofensas:

“Volta pra sua jaula gorila volta pro licho (para o lixo) de anafabetos (sic) que você veio preto sujo (…) “Lugar de preto não é na limpeza e na sesala (senzala)”.


Um dos bilhetes foi lido pelo homem e o outro encontrado por uma moradora. Apesar de não conter nome nos papéis, o funcionário achou que poderia ser direcionado a ele, uma vez que costumava trabalhar na limpeza do local.

Mudança de setor


Após o encontro do primeiro bilhete, o funcionário pediu para ser transferido de setor, o que foi atendido.

No sábado (23), ao voltar ao condomínio para pegar os pertences pessoais e ir até um dos blocos despedir-se de uma moradora, o funcionário encontrou mais duas cartas com mais ofensas.

Os papéis foram encaminhados à administração do prédio e, desta vez, o segundo registro policial foi feito pela síndica e pela diretora da empresa que presta serviços no local. O autor dos ataques ainda não foi identificado.

O g1 Minas tenta contato com a síndica do prédio, com a empresa prestadora de serviços e com o funcionário que registrou queixa na polícia.

O que diz a Polícia Civil


“A Polícia Civil já tomou conhecimento do fato e todas as providências estão sendo adotadas para apuração do fato e responsabilização criminal. Outras informações serão fornecidas em momento oportuno”.