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"Inadmissível": Estudante denuncia suposta intolerância religiosa no Ifal Campus Palmeira dos Índios
Segundo Mauro Henrique, outros alunos fizeram um pentagrama e pisotearam um terço mariano

Um estudante do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) Campus Palmeira dos Índios denunciou, nesta quarta-feira (14), em um vídeo postado nas redes sociais, um suposto caso de intolerância religiosa praticado dentro da instituição de ensino.
Segundo o estudante, identificado como Mauro Henrique, outros alunos utilizaram uma sala do Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual (NUGEDIS) para fazer um pentagrama rodeado de velas e pisotear um terço mariano, que estava no meio do símbolo.
“É inadmissível que, dentro de um ambiente educacional, que deve ser espaço de diálogo e respeito mútuo, ocorra profanação de símbolos e coisas sagradas de religiões, seja de qualquer uma”, disse Henrique.
Para ele, a conduta configura uma grave violação aos princípios de respeito à liberdade. "O ato relatado ultrapassa os limites da liberdade de expressão, atingindo diretamente a fé cristã, não só católica, mas o cristianismo no geral, sendo caracterizado como uma intolerância religiosa", afirmou.
Na denúncia, ele solicita a abertura imediata de um processo investigativo interno para apuração completa dos fatos e a identificação dos responsáveis.
Em nota, a Direção de Ensino afirmou estar atenta aos acontecimentos, que as providências cabíveis já estão sendo tomadas, e que a coordenação do NUGEDIS está buscando ativamente as medidas necessárias para garantir que a missão do núcleo seja preservada e que situações como esta não se repitam.
Confira abaixo a nota na íntegra
Prezados(as) Estudantes, Servidores(as) e Comunidade Acadêmica do IFAL - Campus Palmeira dos Índios,
A Direção de Ensino, atenta aos recentes acontecimentos e às manifestações que circulam em nossa comunidade — notadamente o vídeo do nosso estudante sobre a simbologia de cunho religioso e a convivência no ambiente escolar —, vem a público se posicionar com a responsabilidade e a seriedade que o tema exige.
Estamos plenamente cientes da situação e das preocupações levantadas, que tocam em valores fundamentais para a nossa instituição: o respeito à diversidade, a liberdade de expressão e a construção de um espaço verdadeiramente plural e inclusivo.
É fundamental esclarecer que o fato relatado no vídeo ocorreu à revelia das diretrizes do Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual (NUGEDIS) e não guarda relação com as ações e os princípios que norteiam este importante núcleo de nosso campus.
A escola pública federal, por princípio constitucional, é um ambiente laico. Nossa missão é promover a educação científica, técnica e humanística, e, para tal, a convivência pacífica e respeitosa entre indivíduos com as mais variadas crenças, não-crenças e visões de mundo é inegociável.
Informamos que a Diretoria de Ensino já está tomando as providências cabíveis, e a coordenação do NUGEDIS está ativamente buscando as medidas necessárias para garantir que a missão do núcleo seja preservada e que situações como esta não se repitam. As providências incluem:
1. Análise Detalhada: Acolhemos a manifestação e estamos analisando o contexto factual em que ela ocorreu, garantindo o direito à ampla defesa e ao contraditório de todos os envolvidos.
2. Ações Educativas: Iremos promover, em parceria com o setor pedagógico e o Serviço Social, atividades de formação, diálogos abertos e rodas de conversa sobre Ética, Cidadania e Respeito à Diversidade Religiosa/Cultural para toda a comunidade estudantil.
3. Diálogo Institucional: Continuaremos a garantir canais de escuta e diálogo para que qualquer membro da comunidade possa expressar suas preocupações de maneira construtiva e dentro das normas regimentais.
Reafirmamos nosso compromisso com uma educação que não apenas tolera, mas que celebra a diversidade. Condutas que ferem os princípios de respeito mútuo e que buscam promover a polarização não condizem com os valores do IFAL e serão tratadas com a devida seriedade, sempre pautadas no nosso Regimento Interno e na legislação vigente.
Nossa resposta será sempre a da educação, do diálogo e da legalidade. Juntos, podemos e devemos construir um ambiente onde a divergência de ideias seja um motor de aprendizado, e não um motivo para o conflito.
Contamos com a colaboração e a sabedoria de toda a nossa comunidade neste processo.
Atenciosamente,
Rodolfo Rodrigues Pereira dos Santos
Diretoria de Ensino - IFAL - Palmeira dos Índios
