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Sala multissensorial para acolher passageiros com TEA é entregue no Aeroporto Zumbi dos Palmares
Espaço de acessibilidade no embarque e conexões foi inaugurado pelo Governo de AL e Ministério de Portos e Aeroportos

O Governo de Alagoas e o Ministério de Portos e Aeroportos entregou, nesta segunda-feira (1º), uma sala multissensorial no Aeroporto Zumbi dos Palmares. O espaço fica localizado na área de embarque internacional e tem como objetivo acolher passageiros com Transtorno do Espectro Autista (TEA), oferecendo conforto para quem embarca ou realiza conexões dentro do aeroporto. A solenidade contou com a presença do ministro Silvio Costa.
O ambiente funcionará 24 horas e possui iluminação suave, pontos de luz, som ambiente, almofadas, espelhos, elementos táteis, painéis de atividades com recursos interativos e uma área que reproduz uma aeronave, com assentos e cintos de segurança, ajudando os passageiros a se familiarizarem com a experiência de voo. No local, é possível controlar todos os aspectos da sala por meio de um tablet, proporcionando um momento personalizado ao usuário.
O governador Paulo Dantas foi representado, na solenidade, pela secretária de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência, Tereza Nelma, que destacou a importância do espaço.
“Esse espaço vai acolher crianças, jovens, adultos ou idosos com condições neurodivergentes, que encontrarão um ambiente preparado. Teremos recursos sensoriais, como a experiência de assentos semelhantes aos de um avião, permitindo adaptação ao ambiente antes do embarque. Se houver crises ou situações de desconforto, há uma sala de contenção para oferecer tranquilidade e segurança. Esse projeto vai beneficiar tanto o embarque doméstico quanto o internacional, fortalecendo o compromisso do aeroporto como espaço acessível”, destaca Tereza Nelma.
A ideia já está sendo discutida para ser implantada no aeroporto de Maragogi. “Em breve, com o novo aeroporto de Maragogi, referência no turismo, já nascerá com um espaço como este, pensado desde o início para a inclusão. Já estamos em diálogo com as equipes de engenharia e arquitetura para que essa sala multissensorial seja parte do projeto”, acrescenta a secretária.
Para o ministro Silvio Costa, é preciso pensar que o aeroporto é um lugar de muita movimentação e que deve ser também um lugar de acolhimento.
“Hoje, a cada 36 crianças que nascem no Brasil, uma nasce com o espectro autista. Por isso, precisamos ter cada vez mais um olhar social, um olhar para as pessoas que necessitam de maior amparo da sociedade brasileira, sobretudo do poder público. Esta já é a décima sala multissensorial inaugurada no Brasil. Nossa expectativa é que, nos próximos 12 meses, todas as capitais brasileiras, em seus aeroportos, contem com salas como esta”, revela o ministro.
“A experiência de um voo altera a rotina das pessoas. Lugares diferentes, ruidosos, com muitas informações visuais e protocolos não habituais podem gerar ansiedade a qualquer um. Assim, é necessário ter um olhar mais humanizado, especialmente para nossos passageiros neurodivergentes, que podem ser afetados ainda mais pelas características incomuns do ambiente aeroportuário. Afinal, a aviação não é só o transporte de ir e vir, mas, sobretudo, significa a inclusão social de todos os brasileiros”, explica Silvio.
Alagoas é o terceiro estado do Nordeste a ser contemplado com o espaço, que integra o Programa de Acolhimento ao Passageiro com TEA, do Governo Federal, em parceria com as concessionárias aeroportuárias. Já existem espaços semelhantes nos aeroportos de Congonhas (SP), Florianópolis (SC), Galeão (RJ), Natal (RN), Recife (PE), Santos Dumont (RJ), Vitória (ES) e Campo Grande (MS).
Para familiares que embarcam com pessoas com TEA e para os próprios autistas, um espaço como esse faz toda a diferença.
“Essa sala, voltada para o público autista, pode ser utilizada de diversas formas. Por exemplo, serve como um ambiente de autorregulação em momentos de grande ansiedade ou em situações de crise, como a espera em voos, algo que pode acontecer comigo ou com qualquer outra pessoa dentro do espectro. Uma iniciativa como essa é essencial não apenas para garantir nossos direitos, mas também para promover o bem-estar. Isso é fundamental para nós, autistas, especialmente porque temos um olhar muito atento e hiperfocado em relação ao bem-estar. Se eu pudesse resumir em duas palavras, seria acolhimento e conforto”, explica Lucas Sampaio, que é autista e foi um dos primeiros a entrar na sala e conhecer o espaço.
“As luzes estão em tons que acalmam, a música, os espaços sensoriais, as almofadas, os espelhos. Está tudo muito acolhedor. Me senti bem aqui e não tenho dúvidas de que fará diferença para muitas pessoas. Já estive em salas com a mesma proposta, mas esta aqui é bem feita. O governo e o ministério estão de parabéns pela sensibilidade”, finaliza Lucas.
Outras ações de Inclusão em Alagoas
O Governo de Alagoas, por meio da Secdef, prioriza políticas públicas voltadas à inclusão. Entre as principais ações voltadas a pessoas com TEA está o letramento inclusivo sobre Transtorno do Espectro Autista em 25 municípios alagoanos. O letramento é feito por meio de capacitações e palestras que abordam o tema "Autismo: conhecer para incluir", levando caravanas de servidores e técnicos da secretaria a aprimorar o atendimento às pessoas com Transtorno do Espectro Autista, bem como são formados multiplicadores, que fortalecerão a rede de suporte à inclusão e acolhimento.
Outra ação, também do Governo de Alagoas, é a emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). Alagoas já efetuou 7.555 cadastros para a emissão deste documento, fundamental para assegurar que pessoas autistas recebam atendimento prioritário e tenham acesso a serviços públicos e privados, especialmente nas áreas de saúde, educação e assistência social.
