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Adolescente que participou de chacina tem medida sócio-educativa de internação

Chacina ocorrida há quase dois meses, no município de Taquarana, Agreste alagoano

Por Redação com Assessoria 07/07/2015 15h03
Adolescente que participou de chacina tem medida sócio-educativa de internação
Foto: Cortesia

O adolescente que participou de uma chacina ocorrida há quase dois meses, no município de Taquarana, situado no Agreste alagoano, foi submetido, na noite dessa segunda-feira (06), a uma medida sócio-educativa de internação de até três anos. O julgamento dele ocorreu no fórum daquela cidade e, de acordo com o Ministério Público Estadual de Alagoas, o jovem de 17 anos teria participado de um assassinato e do incêndio a residência que pertencia a um casal de idosos.

A chacina ocorreu no dia 24 de maio último, no sítio Tapaúna, zona rural da cidade de Taquarana. Segundo o promotor Luiz Cláudio Branco Pires, quatro pessoas foram mortas a golpes de pedras, pedaços de pau e arma branca: José Joaquim dos Santos, 60 anos, Maria José Silva, de 53 anos, e Genival Silva, 27, todos da mesma família – eles eram marido, mulher e filho. Além deles, também foi assassinado Dionísio Maurício dos Santos, de 64 anos de idade, amigo das vítimas e que morava na mesma residência.

Na audiência ocorrida nessa segunda-feira, apenas o adolescente foi submetido a julgamento. Em sua representação, o promotor de Justiça argumentou que o jovem participou do homicídio contra Genival da Silva e ajudou os demais acusados no incêndio que destruiu a casa onde moravam todas as vítimas.

“E apesar de não ter praticado os demais assassinatos, o adolescente não tentou evitá-los, tendo visto os crimes acontecerem sem ter feito qualquer coisa para impedi-los. O julgamento foi longo, durou quase o dia inteiro, mas, ao final dessa segunda-feira, o Juízo da comarca entendeu que o jovem era culpado. Ele foi submetido a uma medida sócio-educativa de internação que pode chegar a três anos. Do fórum, já foi levado para uma unidade em Maceió”, explicou Luiz Cláudio Branco Pires.

Os demais acusados

Franciel Marcos Santos de Alcântara, de 19 anos; Cícero Oliveira, de 27; e Jorge Gomes da Silva, de 21 anos, são os outros três homens apontados como autores dos demais crimes. E, além dos homicídios, ainda pesa, contra dois deles, a acusação de estupro. “Ocorre que antes da senhora Maria José da Silva (Zezé) realizar seu último suspiro, estando ainda agonizando em razão do ferimento produzido pela arma branca, os dois primeiros acusados, Franciel Marcos Santos de Alcântara (Marquinho) e Cícero Oliveira (Tito), dando azo aos instintos mais perversos, se apropriaram sexualmente do corpo da infeliz vítima pela conjunção carnal e atos libidinosos (sexo anal)”, revela um trecho da denúncia proposta pelo promotor Luiz Cláudio Branco Pires no último dia 10.

“Acreditamos que a instrução criminal do processo contra eles deverá ter início já nesta próxima semana. Inclusive, todos foram formalmente comunicados sobre a ação penal ajuizada pelo Ministério Público Estadual de Alagoas durante o julgamento do adolescente. Agora, eles já sabem que são réus”, acrescentou o promotor de Justiça.

A chacina

Na noite do dia 24 de maio, no sítio Tapaúna, zona rural de Taquarana, José Joaquim dos Santos, Maria José Silva, Genival Silva e Dionísio Maurício dos Santos bebiam na porta de casa, na companhia dos acusados. Segundo os réus, os assassinatos foram praticados por conta de uma discussão gerada depois de todos já estarem alcoolizados.

Após praticarem os homicídios, o estupro e incendiarem a residência, os três homens e o adolescente apontados como autores dos crimes deixaram o local. Jorge, Cícero e Marcos foram presos e, o jovem, apreendido, na tarde do mesmo dia, depois de diligências realizadas pela Polícia Civil. Na delegacia, todos confessaram participação na chacina.