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Órgãos ambientais culpam Chesf de mancha por 28 km no Rio São Francisco

Por Agências 14/04/2015 20h08
Órgãos ambientais culpam Chesf de mancha por 28 km no Rio São Francisco
Foto: Divulgação

O que teria provocado a mancha escura de cor marrom em 28 km de extensão do Rio São Francisco ainda não foi descoberto. Mas, os órgãos ambientais responsáveis pelo monitoramento das causas, apontam a Chesf - Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, como entidade responsável pelo transtorno que está deixando oito cidades do estado alagoano sem água.

O  Instituto do Meio Ambiente (IMA) em Alagoas, constatou após sobrevoos pela área afetada que mancha pode ter sido provocada pelo esvaziamento do reservatório realizado pela Chesf em Delmiro Gouveia no dia no último 22 de fevereiro.

“O esvaziamento para manutenção e reparos nas comportas pode ter provocado a mancha marrom no rio”, frisou Ermi Ferrari, diretor de fiscalização do IMA.

Gustavo Lopes, diretor-presidente do IMA, acredita a Chesf pode ser a causadora do dano, afirmando que após a limpeza das barragens, na secagem devem ter descido algum poluente que atingiu o rio.        

 Ele ressaltou que somente uma análise final, que deve sair até a próxima sexta-feira (17), indicará se o sedimento da limpeza e manutenção do reservatório realizado pela companhia é a razão.   


 "A limpeza da mancha só poderá ser feita quando for identificado qual o poluente causador. Até sexta deve sair o resultado de exames laboratoriais da Ufal e do IMA", afirmou.     

 

Clécio Falcão,presidente da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), criticou ação da Chesf em não ter discutido com a população sobre o esvaziamento do reservatório.           

“Quem perde é a população que está sem o abastecimento de água em oito cidades do Sertão de Alagoas. Estranho que a Chesf não tenha discutido este procedimento com antecedência, resultando em prejuízos econômicos e ambientais”, mencionou.

O presidente da Casal disse ainda que o fornecimento de água poderá ser afetado em outras regiões de Alagoas, como Agreste e Bacia Leiteira.

O Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, por meio da analista ambiental, Patrícia Oliveira, frisou que aguarda a análise da coleta da água do rio para se posicionar concretamente sobre a mancha que se espalha pelo velho Chico.

Os técnicos da Chesf, no entanto, se dizem convictos de que o aparecimento desta mancha no São Francisco não tenha relação com o esvaziamento do reservatório, mas sim levantaram a possibilidade de contaminação do rio pelo lançamento de efluentes fora dos padrões em tratamentos de esgoto.

O início da mancha está a cerca de 15 km da cidade de Paulo Afonso e termina próximo de uma das bases do catamarã com 28 km de extensão. Conforme Ermi Ferrari, diretor de fiscalização do IMA, duas notificações foram enviadas à Chesf cobrando o monitoramento após o esvaziamento do reservatório e ao Ibama de Pernambuco também solicitando o relatório de operação pós esvaziamento.
    

O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas, Alexandre Ayres, salientou que a Semarh acompanha junto aos órgãos ambientais dando suporte ao monitoramento das ações executadas na intenção de identificar qual seria o dano ambiental e o que teria provocado a mancha que se espalha por 28 km do rio afetando oito cidades do Sertão de Alagoas.