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Casos de HIV e Aids caem em AL em 2025, mas no interior tem aumento em cidades médias e turísticas
Segundo dados da Sesau, um bebê foi diagnosticado em Atalaia
Dados da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (SESAU) revelam que o estado registrou uma redução significativa nos casos de HIVAids em 2025. Entre janeiro e outubro, foram contabilizados 260 casos, contra 364 em 2024.
Apesar da queda, a capital Maceió continua sendo o município com o maior registro de casos, concentrando mais da metade das notificações: 203 casos em 2024 e 169 em 2025. A cidade lidera em todas as faixas etárias, com destaque para os 61 casos entre jovens de 20 a 34 anos, 63 casos entre adultos de 35 a 49 anos e 31 casos em pessoas de 50 a 64 anos. Há ainda registros em idosos: 10 casos entre 65 e 79 anos e 2 casos
acima de 80 anos.
O dado mais sensível é o registro de um bebê com menos de 1 ano infectado em Atalaia, em 2025. O caso raro reforça a necessidade de atenção às políticas de prevenção da transmissão vertical, que ocorre da mãe para o filho durante a gestação ou parto. Além disso, houve notificações em crianças de 1 a 4 anos e de 5 a 9 anos, mostrando que a doença também impacta faixas etárias infantis.
No interior, municípios como Coruripe e Penedo chamam atenção com 9 casos cada em 2025. Outros municípios turísticos, como Maragogi e Marechal Deodoro, aparecem com 5 casos cada, o que pode estar relacionado ao fluxo intenso de pessoas e à vulnerabilidade em áreas de lazer.
Segundo o infectologista da Sesau, Renee Oliveira, os números reforçam a necessidade de prevenção contínua. “Há formas comprovadamente eficazes para evitar a AIDS e os jovens, principalmente, precisam se atentar para as medidas de proteção. O uso do preservativo e o acesso às estratégias como PrEP e PEP são fundamentais”, destacou.
Em Alagoas, a PrEP está disponível em Maceió (PAM Salgadinho, Hospital Escola Hélvio Auto e Clínica da Família do Jacintinho) e em cidades do interior como Arapiraca, União dos Palmares e Palmeira dos Índios. Já a PEP é ofertada em unidades de urgência e hospitais em Maceió e em municípios como Rio Largo, Santana do Ipanema, Piranhas, Porto Calvo, Marechal Deodoro, Palmeira dos Índios, Delmiro Gouveia e Viçosa.
Mesmo com a redução geral, especialistas alertam que a epidemia continua sendo um desafio de saúde pública, exigindo diagnóstico precoce, acesso ao tratamento e campanhas permanentes de conscientização.
*Estagiário sob supervisão


