Thallysson Alves / Ascom HGE

Mais uma família autorizou a doação de órgãos no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, nesta quarta-feira (10). Com esse gesto de solidariedade, cinco órgãos — córneas, rins e fígado — foram captados para transplante, beneficiando diretamente cinco pessoas que aguardam na lista de espera. Atualmente, 649 pessoas em Alagoas dependem desse ato para recuperar a saúde e ter mais qualidade de vida.

A decisão pela doação foi tomada após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica, conforme os protocolos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O procedimento inclui avaliações clínicas realizadas por médicos especialistas, testes específicos, como o de apneia, e exames complementares, quando necessário, para atestar a ausência de atividade cerebral.

Somente após a conclusão de todas as etapas e a confirmação do diagnóstico, a equipe da Central de Transplantes de Alagoas é acionada para iniciar o processo de abordagem junto à família.

“A família recebe todas as informações sobre o diagnóstico, os protocolos e o que significa a morte encefálica. Nosso papel é oferecer apoio, esclarecer dúvidas e respeitar totalmente a decisão familiar. Neste caso, eles transformaram a dor em esperança para outras pessoas, e isso merece profundo reconhecimento”, destaca a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos.

A cirurgia seguiu rigorosamente as normas do Sistema Nacional de Transplantes. Foram captadas as córneas, que devolverão a visão a duas pessoas; os rins, que beneficiarão dois pacientes em diálise; e o fígado, destinado a um receptor com doença hepática grave. Todos os órgãos foram encaminhados conforme a ordem da lista única e critérios clínicos de compatibilidade.

Em Alagoas, 649 pessoas estão cadastradas para transplante: 602 aguardam por uma córnea, 31 por um rim e 16 por um fígado. Para reduzir essa fila, é fundamental a captação de órgãos — um processo que depende da identificação de casos suspeitos de morte encefálica, diagnóstico seguro, autorização da família, viabilidade dos órgãos e estrutura adequada para o procedimento.

“A doação de órgãos salva vidas todos os dias, e tudo começa com uma conversa em casa. Declarar-se doador e informar a família é essencial, pois a decisão final sempre cabe a eles. No HGE, seguimos protocolos rigorosos, com total ética e respeito, para garantir um processo seguro e humanizado. Agradecemos à família por essa decisão, ao empenho dos profissionais envolvidos e ao simbolismo do corredor formado pelos colegas do doador. Apesar de triste, acredito que foi uma homenagem muito bonita e merecida”, afirma o diretor-geral do HGE, Fernando Melro.