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Diretor-médico do Hospital Emergência Agreste alerta para riscos nas festas

Cerca de 20% dos atendimentos foram para vítimas de violência no trânsito no último mês de 2024

Por Agência Alagoas 02/12/2025 15h03
Diretor-médico do Hospital Emergência Agreste alerta para riscos nas festas
Vanderly Rezende orienta a população sobre os riscos que aumentam durante as festas de fim de ano - Foto: Fotos: Carla Cleto e Tony Medeiros

Tony Medeiros / Ascom HEA

Dezembro é um mês festivo em que, proporcionalmente, as emergências aumentam. É justamente por isso que Vanderly Rezende, diretor-médico do Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, fez um alerta importante à população para redobrar a atenção nesta época do ano.

 

De acordo com o Serviço de Epidemiologia Hospitalar (SEH) da instituição, em dezembro de 2024 foram registrados 6.620 atendimentos, sendo que 1.383 foram de acolhimentos a vítimas de acidentes. Deste total, 817 foram sinistros envolvendo motocicletas. Além disso, 69 casos de acidentes com bicicletas, 55 vítimas de atropelamento, 43 de capotamento e 399 por colisão. Os números mostram que, no último mês do ano passado, cerca de 20% dos atendimentos foram para vítimas de violência no trânsito.

 

Por isso, o diretor-médico do HEA lembrou que direção e bebida alcoólica não combinam. “É crime e é risco real à vida. As festas crescem, os encontros se tornam frequentes e a combinação de álcool com direção continua sendo uma causa frequente de acidentes graves”, afirmou Vanderly Rezende.

 

Cansaço

 

Além da mistura perigosa ao volante, o médico destaca que o cansaço também merece atenção. Viagens após longas confraternizações, noite mal dormida ou deslocamentos que exigem atenção redobrada costumam resultar em cochilos ao volante, tanto para motoristas de carros quanto para condutores de motocicletas.

 

“Sono é inimigo da direção. A pessoa perde a noção de tempo, de distância, e o acidente se torna quase inevitável”, explicou.

 

O uso de equipamentos de segurança também precisa ser prioridade. Capacete ajustado para motociclistas e cinto de segurança para ocupantes de carros fazem diferença direta na gravidade dos atendimentos que chegam ao hospital.

 

Outro ponto citado por Vanderly Rezende é o aumento de quedas da própria altura provocadas pela embriaguez. Esses casos, muitas vezes subestimados, geram fraturas, traumatismos e outras complicações. “A perda de equilíbrio é comum quando há ingestão excessiva de álcool”, ressaltou.

 

Ele também chamou a atenção para afogamentos em festas em chácaras, açudes, rios e praias. Com o corpo sob efeito do álcool, os reflexos diminuem, a respiração fica descoordenada e a capacidade de natação fica comprometida. “A pessoa acredita que consegue, mas o corpo não responde”, alertou.

 

O diretor-médico ainda lembra que o álcool aumenta o risco de brigas e violência interpessoal, realidade que se repete todos os anos nos atendimentos do HEA. “Os conflitos crescem quando os ânimos estão alterados. As agressões se tornam mais frequentes e muitas acabam em ferimentos graves”, enfatiza.

 

Assistência

 

A diretora-geral do HEA, Bárbara Albuquerque, salienta o apelo à população para que o período seja vivido com responsabilidade. “O mês é de alegria, mas cada pessoa precisa cuidar de si e dos outros. Uma escolha precipitada pode mudar destinos. Queremos que todos celebrem, comemorem e voltem para casa em segurança”, afirmou.

 

O Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca, é referência para 46 municípios das regiões Agreste, Sertão e Baixo São Francisco e funciona de portas abertas para vítimas de traumas.