As recentes decisões do Banco Central envolvendo o Banco Master colocaram em alerta os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) de diversos estados e municípios. Entre outubro de 2023 e dezembro de 2024, institutos previdenciários aplicaram R$ 1,8 bilhão em letras financeiras sem garantia do FGC, agora classificadas como crédito a ser recuperado em um processo de liquidação incerto.

Nesse cenário, o Iprev de Maceió aparece como o terceiro maior investidor no Banco Master, com R$ 97 milhões aplicados, atrás apenas da Rioprevidência (R$ 970 milhões) e da Amprev, do Amapá (R$ 400 milhões). Os valores, segundo o Ministério da Previdência Social, agora entram como dívida no processo de liquidação, sem previsão de retorno.

O Instituto de Previdência de Maceió destacou que esses recursos representam menos de 10% do patrimônio total, hoje estimado em R$ 1,4 bilhão. A autarquia afirma que, no período das aplicações, o Master possuía autorização do Banco Central e contava com grau de investimento emitido por agência de classificação de risco.

Apesar da insegurança gerada pelo episódio, o Maceió Previdência garantiu que pagamentos de aposentados e pensionistas não serão afetados. A folha de novembro será liberada no dia 27, enquanto os pagamentos de dezembro e o 13º salário já têm data marcada para 19 de dezembro.

A autarquia informou ainda que acompanha de perto o processo de liquidação e mantém contato com os órgãos reguladores para orientar os próximos passos na tentativa de recuperar os valores investidos.

A crise se agravou após o Banco Central decretar a liquidação do Banco Master e colocar o Master Múltiplo sob regime de administração especial temporária por até 120 dias. O caso ganhou ainda mais repercussão com a prisão do banqueiro Daniel Vorcaro, detido pela Polícia Federal em São Paulo enquanto tentava deixar o país na segunda-feira, 17.

Com Jornal Extra.