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Condenado por matar Eloá Pimentel volta a ser citado em série da Amazon sobre presídio de Tremembé

Produção reacende debate sobre retratar crimes reais; pai da vítima, ex-PM alagoano, cumpre pena em SP

Por Redação* 03/11/2025 09h09
Condenado por matar Eloá Pimentel volta a ser citado em série da Amazon sobre presídio de Tremembé
Lindemberg Alves, na série Tremembé - Foto: Reprodução

Condenado a 39 anos de prisão pelo assassinato da ex-namorada Eloá Pimentel, Lindemberg Alves voltou a ser mencionado na mídia com o lançamento da série “Tremembé”, produção original do Prime Video que retrata os bastidores do presídio paulista onde estão alguns dos criminosos mais conhecidos do país. Em março deste ano, o condenado teve sua pena reduzida em 109 dias, por decisão judicial.

A série, estrelada por Marina Ruy Barbosa, Bianca Comparato e Felipe Simas, apresenta histórias inspiradas em casos reais como os de Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e Alexandre Nardoni — todos detentos ou ex-detentos de Tremembé. Embora Lindemberg não seja personagem central, sua figura é citada em alguns episódios como parte do contexto da penitenciária.

O crime que chocou o país ocorreu em 2008, quando Eloá, de 15 anos, foi mantida em cárcere por cinco dias em Santo André (SP) e acabou morta a tiros durante a invasão policial. O caso foi transmitido ao vivo pela televisão e expôs uma reviravolta: o pai da vítima, Everaldo Pereira dos Santos, era ex-policial militar de Alagoas e estava foragido da Justiça.

Everaldo havia sido condenado à revelia por integrar a chamada “Gangue Fardada”, grupo de extermínio acusado de diversos homicídios nos anos 1990, incluindo o do delegado Ricardo Lessa, irmão do atual vice-governador de Alagoas, Ronaldo Lessa.

Usando identidade falsa como Aldo José da Silva, o ex-PM foi reconhecido por delegados alagoanos que acompanhavam o caso pela TV — um sinal no rosto ajudou na identificação. Ele foi preso no ano seguinte e cumpre pena em regime semiaberto em São Paulo, sem contato com a imprensa.

A exibição de “Tremembé” reacendeu o debate sobre a exploração de crimes reais em obras de ficção. A diretora Vera Egito e o roteirista Ulisses Campbell afirmaram que a série é uma “ficção inspirada em fatos reais”, sem participação ou consulta a condenados, e que buscou fidelidade estética ao recriar celas, uniformes e ambientes do presídio.

Com agências.