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Placa do "Beco da rapariga" no Jaraguá é substituida e gera críticas nas redes sociais

Nas redes sociais alagoanos reclamam sobre troca de placa, que retira o apelido do beco histórico

Por Redação com Eufêmea 11/09/2025 12h12
Placa do 'Beco da rapariga' no Jaraguá é substituida e gera críticas nas redes sociais
A antiga placa e a nova - Foto: Reprodução / X

A placa do “Beco da Rapariga Desconhecida” foi substituida no bairro histórico do Jaraguá, em Maceió, gerando críticas de moradores e visitantes durante esta semana. No local, onde antes havia uma placa marrom de sinalização turística, surgiu uma nova placa branca com a inscrição “Beco”.

Em vídeo publicado no Instagram, Helvio conhecido como "Tio Rex" destacou: “A placa que existia lá no beco da rapariga era de interesse turístico. Essas placas marrons são indicativos globais de locais de interesse turístico. A nova é apenas comercial, com nomes de empresas que funcionam no local”. Ele comentou na mesma publicação sobre ter feito uma reclamação formal na secretária de turismo do municipio e que tinha planos de protocolar outra no Instituto de Pesquisa, Planejamento e Licenciamento Urbano e Ambiental (IPLAM).

Nas redes sociais, internautas apontaram a mudança como descaracterização do espaço. “Tiraram a placa do beco da rapariga e mudaram o nome pra beco… ABSURDO”, escreveu um usuário do X (antigo Twitter). Outro afirmou: “Eterno beco da rapariga”. Um terceiro disse: “no sábado passado (06/09), eu fui apresentar o beco da rapariga pra um amigo que não é daqui, e eu fiquei todo perdido procurando a placa, e não encontrei mais!!”.

Origem do nome
De acordo com crônica do escritor Carlito Lima, o “Beco da Rapariga Desconhecida” está ligado à memória boêmia do Jaraguá. No fim do século XIX, a região recebeu casarões erguidos por comerciantes e políticos em frente ao porto. Com a expansão dos trapiches e do movimento portuário, bares e casas noturnas passaram a ocupar os imóveis. Ao longo de mais de seis décadas, Jaraguá consolidou-se como zona de prostituição frequentada por autoridades, coronéis e figuras públicas.

Em 1969, uma decisão do governo estadual determinou o fechamento das boates, encerrando o ciclo da boemia no bairro. Pouco depois, parte dos casarões começou a ser demolida por projetos imobiliários, até que um movimento de artistas e arquitetos conseguiu o tombamento do conjunto histórico.

Ainda segundo Lima, anos mais tarde a Confraria do Sardinha, formada por intelectuais e antigos frequentadores, decidiu prestar homenagem às mulheres que ocuparam e, mesmo involuntariamente, preservaram os casarões. Foi então instalada uma placa na antiga Boate Alhambra, batizando o espaço como “Memorial da Rapariga Desconhecida”, nome que se incorporou à memória popular do bairro.

O que diz a Prefeitura de Maceió?

A Prefeitura de Maceió, por meio do Instituto de Pesquisa, Planejamento e Licenciamento Urbano e Ambiental (IPLAM), foi procurada pelo Eufêmea e informou que a alteração foi resultado de um erro de produção. “Devido a um erro da gráfica, uma placa com o nome incorreto foi instalada no espaço. O órgão esclarece que uma nova placa já está em produção, com a grafia correta, e será posicionada no local em breve”, disse o instituto em nota.