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Médica detida por stalking em Maceió tem histórico de transtornos mentais e foi aposentada por incapacidade
Segundo a polícia, mulher perseguiu família dentro de shopping e tentou se aproximar de criança; ela alegou que a menina lembrava sua filha

A mulher detida no domingo (3) por perseguir uma família em um shopping de Maceió é médica e tem um histórico clínico relacionado a transtornos mentais, segundo informações obtidas pela reportagem. Ela foi autuada em flagrante pelo crime de stalking após insistir em se aproximar da filha do casal, mesmo após pedido de afastamento.
Formada em 1999 pela antiga Escola de Ciências Médicas de Alagoas (atual UNCISAL), a médica não possui registro ativo no Conselho Regional de Medicina (Cremal). Ela chegou a atuar como servidora pública federal após fazer residência médica em Brasília, onde teve dois filhos e viveu por anos. No entanto, foi aposentada por incapacidade, em decorrência de crises recorrentes de saúde mental.
Pessoas próximas relataram que a mulher apresenta sinais associados à esquizofrenia há alguns anos e que já havia enfrentado episódios semelhantes. Durante a pandemia, ela retornou a Maceió, passando a residir sozinha no bairro São Jorge. Seus pais já são falecidos, e os vínculos familiares mais próximos são uma tia e alguns primos residentes na capital alagoana.
De acordo com o delegado Eliel Tavares, que conduz a investigação, a mulher alegou ter se sentido tocada pela semelhança da criança com sua filha, hoje com 20 anos, e afirmou que apenas desejava interagir com ela. A família, no entanto, interpretou a aproximação como invasiva e deixou a loja em que estavam.
“Ela disse que queria conversar com a criança, até pegá-la no colo. Mas a família não permitiu e acionou a segurança do shopping. Ao ser detida, ela demonstrou confusão sobre os limites da situação”, afirmou o delegado.
Nas redes sociais, surgiram relatos de outros comportamentos semelhantes atribuídos à mesma mulher, mas até o momento não há registros formais desses episódios em delegacias. O delegado orientou que qualquer vítima ou pessoa que se sentiu ameaçada procure a polícia para registrar boletim de ocorrência.
A mulher passou por audiência de custódia na manhã desta segunda-feira (4), cujo desfecho ainda não havia sido divulgado até a última atualização desta matéria. A defesa poderá solicitar avaliação médica psiquiátrica, o que poderá influenciar no andamento do caso judicial.
Com Gazeta Web.
