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Moraes dá 10 minutos para tenente-coronel trocar farda por roupa civil em interrogatório

Militar é réu no caso do plano golpista e se apresentou de camiseta após decisão do ministro do STF

Por Esther Barros 29/07/2025 05h05
Moraes dá 10 minutos para tenente-coronel trocar farda por roupa civil em interrogatório
Ministro Alexandre de Moraes - Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o tenente-coronel do Exército Rafael Martins de Oliveira tivesse dez minutos para retirar a farda e retornar com roupas civis durante seu interrogatório na ação que apura a trama golpista conhecida como Plano Punhal Verde-Amarelo.

Réu do Núcleo 3 da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Oliveira está preso desde o ano passado e foi ouvido por videoconferência pelo juiz auxiliar Rafael Tamai. 

Inicialmente, a defesa insistiu em mantê-lo de farda, descumprindo decisão anterior que proibia o uso de uniforme militar durante depoimentos.

Segundo Moraes, os réus devem se apresentar com roupas civis porque "a acusação é contra indivíduos, não contra o Exército Brasileiro". Caso contrário, afirmou o ministro, seria entendido que o réu abdicou do direito de defesa.

Após a ordem, às 19h10, o militar retornou à audiência vestindo camiseta.

Durante o depoimento, Oliveira ficou em silêncio diante das perguntas da PGR e do juiz auxiliar, respondendo apenas à própria defesa. Ele negou participação no plano golpista e declarou-se "prisioneiro de guerra", afirmando desconhecer a existência do Punhal Verde-Amarelo até sua prisão.

O STF ouve nesta segunda-feira (28) nove militares do Exército e um policial federal acusados de planejar ações táticas para efetivar o suposto golpe, incluindo o monitoramento de autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.

Entre os réus interrogados estão nomes como Bernardo Romão Correa Netto, Estevam Theophilo e outros oficiais ligados ao Batalhão de Forças Especiais do Exército, conhecidos como os "kids pretos".