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Promotora cobra apuração rigorosa de fuga de major e questiona uso de celular na prisão

Karla Padilha quer imagens da academia da PM, saber quem autorizou celular ao militar e alerta para crise na saúde mental de policiais

Por Redação* 09/06/2025 18h06
Promotora cobra apuração rigorosa de fuga de major e questiona uso de celular na prisão
Promotora de Justiça Karla Padilha, titular da 62ª Promotoria de Justiça da capital - Foto: Reprodução

A promotora de Justiça Karla Padilha, titular da 62ª Promotoria de Justiça da capital, anunciou a abertura de procedimento para acompanhar a investigação da fuga do major Pedro Silva, que resultou em três mortes. O fuga aconteceu no último sábado (7), na Academia da Polícia Militar, em Maceió. 

O oficial estava preso por violência doméstica e usou um celular para gravar vídeos de dentro da unidade antes de fugir. A promotora quer saber quem autorizou o uso do aparelho e solicitou as imagens do circuito interno para identificar os responsáveis pelo plantão. 

Durante a fuga, o major assassinou seu filho, de 10 anos, e o ex-cunhado, sargento Altamir Moura. Em seguida, morreu em confronto com o Bope. Karla Padilha afirma que as mortes poderiam ter sido evitadas com vigilância adequada. 

“O objetivo é entender se houve omissão ou ação direta que permitiu a fuga. Precisamos responsabilizar os envolvidos, sejam por negligência ou colaboração”, destacou a promotora por meio da assessoria de comunicação do MP-AL. 

Ela também enfatizou a urgência de investimentos na saúde mental dos policiais militares. “São profissionais armados, sob estresse constante, e sem acompanhamento psicológico adequado. Isso agrava os riscos”, afirmou. 

O Ministério Público já havia ajuizado ação em 2023 para contratação de psiquiatras para a PM. O pedido foi negado em primeira instância, e o órgão recorreu da decisão. O caso, segundo Karla, evidencia a gravidade do problema. 

A promotora classificou o episódio como “tragédia anunciada”, destacando o número de agentes adoecidos ou em uso de substâncias químicas. Ela alertou que a falta de cuidados aumenta a possibilidade de atos violentos. 

Em nota, a Polícia Militar informou que a Corregedoria irá apurar com imparcialidade as circunstâncias da fuga. Um inquérito interno foi instaurado por ordem do comandante-geral, coronel Paulo Amorim, e será publicado em boletim oficial.

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