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Abrigo de animais em AL que foi destaque no Caldeirão do Huck é denunciado por maus-tratos
Naíne Teles, proprietária do Projeto Acolher, justificou-se nas redes e disse não tem dinheiro para contratar um responsável técnico para cuidar dos animais

A proprietária do Projeto Acolher, Naíne Teles, que ficou conhecida em 2020 após participar do quadro The Wall, do programa Caldeirão do Huck, se manifestou nas redes sociais nesta sexta-feira (6), após a repercussão de vídeos que mostram animais em situação de abandono, desnutrição, feridos e em instalações tomada por fezes.
Naíne fez uma live nas redes sociais para responder às denúncias. Ela justificou, sobre a situação do abrigo, que o ambiente costuma acumular lodo e sujeira em períodos de chuva.
“Eu nem quis ver os vídeos, eu sei da realidade”, garantiu. Apesar disso, ela também afirmou durante a gravação que caso a Vigilância Sanitária vá até o local hoje, o espaço será fechado e que ela não tinha e nem tem responsável técnico para o abrigo, porque esses profissionais estão cobrando muito caro.
Em suas alegações, a protetora afirmou que a situação começou quando ela deixou o local sem assistência direta durante quatro meses, período em que esteve internada para tratar de um quadro de depressão, síndrome do pânico e ansiedade. "Quando saí, ainda não estava bem. Sofri uma parada cardiorrespiratória em casa", afirmou, dizendo que isso fez com que ela passasse mais um mês interna.
Naíne também declarou que parte da estrutura está sendo desativada e que atualmente mantém menos animais sob seus cuidados.

"Estou pensando em mim, nos meus filhos, na minha família. Meu filho tem 15 anos, minha filha, 14. A gente não tinha vida, não tinha final de semana, vivia para o Acolher", explicou. "Passei anos lutando para construir esse projeto. Fui ao Luciano Huck, fui ao The Wall, fui roubada pela construtora. Mas não tenho mais vontade de ter uma quantidade gigantesca de animais”.
Naíne também relatou dificuldades financeiras para manter o abrigo, que, segundo ela, sobrevive exclusivamente de doações. "Faço campanhas de um real, de dois. As pessoas acham que vejo dinheiro na internet, mas não é assim. Estou sem responsável técnico porque muitos profissionais querem receber R$ 6 mil, e eu não tenho como pagar esse valor", disse
Ainda no vídeo, a protetora alegou que a clínica veterinária associada ao projeto precisou ser fechada ao público após um processo judicial movido por uma veterinária que trabalhou no local.
Naíne ganhou projeção nacional ao participar do The Wall na tentativa de arrecadar recursos para o Projeto Acolher, que à época abrigava cerca de 600 animais — a maioria idosos ou com deficiência, sem perspectiva de adoção. Apesar de ter sido eliminada do jogo sem receber prêmio, foi elogiada por Luciano Huck, que chegou a lançar uma campanha para ajudá-la a continuar o trabalho.

Atualmente, Naíne mantém ativa uma campanha online de arrecadação e reforça que não vai desistir da causa animal, mesmo com as dificuldades enfrentadas. "Se a Vigilância quiser interditar, vai interditar. Mas meu trabalho é impecável", concluiu.
