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Sinteal diz que escolas de Maceió estão em situação insalubre e critica "omissão" da Semed

Entidade da classe criticou a falta de apoio da Semed às escolas municipais e também cobrou a realocação do prédio da secretaria

Por Raphael Medeiros 19/12/2023 14h02 - Atualizado em 20/12/2023 12h12
Sinteal diz que escolas de Maceió estão em situação insalubre e critica 'omissão' da Semed
Cozinha da escola Paulo Bandeira sofre com retorno de esgoto pelo entupimento de ralo - Foto: Raphael Medeiros

O Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), criticou a Secretaria Municipal de Educação (Semed) pela omissão da gestão com as escolas de Maceió. Na última segunda-feira (18), o sindicato esteve presente em uma reunião, na sede da Semed, no Cambona, para debater a realocação do prédio do órgão, que pode ser atingido pelo afundamento do solo, causado pela Braskem, e reforçar críticas ao trabalho atual da secretaria. 

Valdivam Raimundo, assessor político do Sinteal, condenou a postura da Semed por deixar várias escolas da cidade sem assistência, alegando que existem muitas solicitações não atendidas. Ele ainda afirma que existem escolas em situações "insalubres". A crítica passa ainda pela estrutura precária nas unidades de ensino o que, segundo ele, contribui para a piora da saúde física e mental dos trabalhadores e estudantes de escolas e creches na capital alagoana.

“Há escolas absolutamente insalubres, que têm contribuído para o adoecimento dos(as) trabalhadores(as) da Educação.”, disse. “Há muita insatisfação em unidades escolares, creches e CMEI's quanto à falta de infraestrutura nos banheiros, teto, ventilação, áreas comuns inadequadas, cozinhas sem estrutura, infiltrações e problemas hidráulicos, elétricos e sanitários.”, reforçou Raimundo.

Ele também analisa a gestão municipal e afirma que o sindicato já entrou com processos judiciais contra a Prefeitura de Maceió, por falta de comprometimento em melhorar o aparato educacional. “Já denunciamos e reiteramos essas denúncias. Há processos licitatórios morosos por falta de atenção da gestão municipal”, reclamou.

Dentro da cozinha da Escola Paulo Bandeira, no Benedito Bentes - local em que se preparam as merendas para os estudantes, dejetos retornam à superfície por um ralo localizado bem no centro do ambiente. Segundo a diretora da escola, Cristiane da Silva (50), as merendeiras precisam limpar a cozinha várias vezes ao dia para minimizar o risco de infecção alimentar.

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Realocação do prédio da Semed

Na última segunda (18), o Sinteal esteve presente em uma reunião na sede da Secretaria Municipal de Educação, onde cobrou a realocação do prédio sede do órgão.

Profissionais da Defesa Civil também estiveram presentes no encontro e afirmaram que o prédio não está na área de risco. Entretanto, a realocação é cobrada por trabalhadores da educação e servidores da secretaria, devido ao isolamento que a sede do órgão sofre, já que os bairros ao redor já não apresentam estruturas para a população.

Presidente do sindicato, Izael Ribeiro alertou: “os danos não acontecem somente na estrutura física, mas também de forma psicológica, emocional, e que isso tem de ser levado em consideração”

Ele disse também que o prédio da Semed já apresenta rachaduras em alguns espaços e “por mais que a Defesa Civil fale que não há riscos, nós sabemos que não dá para mensurar o impacto da área atingida”.

A vice-presidenta do Sinteal, Consuelo Correia, alertou para a dificuldade de acesso à Semed por trabalhadores e pela própria população que necessite ir à secretaria, “tendo em vista que não há mais transporte público, o acesso ficou dificultado depois da evacuação da área”. Ela disse que o Sinteal vai cobrar a urgência da realocação.