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Estudante da Ufal é a única mulher na final do concurso nacional de empreendedorismo

Liliane Vicente vai representar o Brasil na etapa internacional

Por Redação 26/02/2022 13h01
Estudante da Ufal é a única mulher na final do concurso nacional de empreendedorismo
Ufal - Foto: Reprodução

Estudante de Administração e empreendedora, Liliane Vicente foi a única mulher na final, e a única nordestina em todo o processo. Sempre muito esforçada e interessada em crescer, Liliane sempre buscou mudar a própria realidade e a de tantos outros. Foi o que lhe rendeu o segundo lugar na edição brasileira do Prêmio Empreendedor Estudantil Global (Global Student Entrepreneur Awards - GSEA), uma competição promovida pela Organização de Empreendedores (Entrepeneurs Organization – EO) do Brasil. 

Além de receber uma premiação em dinheiro, a aluna da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) vai representar o país, junto a outros dois empreendedores brasileiros, na etapa internacional do prêmio.

Essa não é a primeira vez que ela sobe ao pódio nesse concurso. Na edição anterior, Liliane também alcançou o segundo lugar. “Conquistar a segunda colocação na primeira edição foi surreal! Eu, realmente, não imaginava que poderia conseguir diante de empreendedores tão incríveis numa competição deste porte. Pelo segundo ano consecutivo foi ainda melhor”, comemorou.

Ainda em clima de comemoração, a aluna da Ufal destaca que o prêmio é uma recompensa depois de tanto esforço. “Essas conquistas representam, para minha vida pessoal, o marco na busca por meus objetivos e que tudo que eu passei para chegar até aqui está sendo recompensado”, reforçou. Além de reconhecimento, ela afirma que participar do concurso também gerou oportunidade de aprendizagem. “Para minha vida profissional foi essencial para que eu aprendesse mais sobre como posso comunicar melhor aos investidores a solução da minha empresa. Também comecei a ter uma visão mais abrangente sobre potencial de crescimento e sobre o meu mercado de atuação”, afirmou.

Negócio sustentável e premiado


O acesso digno a uma alimentação adequada ainda não é realidade para muitas pessoas. Ao lado da fome, da total escassez de alimento, também caminha a subnutrição, situação em que até se tem o que comer, mas não é o suficiente, em quantidade e qualidade, para nutrir o corpo de modo a mantê-lo saudável. O negócio empreendedor de Liliane, a Amitis, se volta para esse contexto. “Nossa missão é fazer com que alimentos naturais e nutritivos cheguem à mesa da população de forma democrática, rápida e ágil, melhorando a distribuição de alimentos no país e, ao mesmo tempo, gerando renda para os nossos microagricultores”, revelou.

E foi essa experiência, iniciada a partir de um trabalho realizado na Ufal, que a estudante de Administração apresentou no concurso de empreendedorismo. “Em 2016, ao analisar as crianças de bairros vizinhos ao Campus A.C. Simões, estudantes da Ufal identificaram o problema da subnutrição. Em 2018, eu entrei no projeto e, em 2019, assumi a liderança. Foi aí que comecei a remodelá-lo para que se tornasse o que é hoje, desenvolvendo a nossa solução atual para problemática da distribuição de alimentos”, recordou.

Na prática, a empresa de Liliane produz hortas, vende para pequenos agricultores e também doa para moradores de regiões periféricas que não têm condições de pagar. Ao final, a produção obtida é comercializada. “Nossa equipe faz uma parte da construção da horta e a outra parte do trabalho é feita por contratação de mão de obra terceirizada. As pessoas que compram ou recebem doação cuidam da produção de tudo que, depois, é vendido no delivery. É um trabalho em rede. Hoje, nós temos três hortas: duas comunitárias em Maceió e uma em Rio Largo. Essa última é a primeira voltada para o delivery e nosso modelo principal”, explicou.

Ainda de acordo com a diretora executiva da Amitis, as hortas são montadas em sistemas hidropônicos sustentáveis de baixo custo, reutilizando garrafas pet e pallets. Ao adquirir o sistema de hidroponia, as pessoas têm acesso a capacitações e são cadastradas em uma plataforma de delivery virtual que aproxima consumidor e produtor, facilitando a distribuição de alimentos, além de reduzir o desperdício. “Nossos principais clientes são pessoas físicas que já trabalham ou desejam trabalhar com a microagricultura e que possam pagar por nossa horta. As que recebem as doações são residentes de periferias que possuem baixa renda e baixa qualidade de vida”, disse. Empresas ou demais interessados que podem financiar a horta para outras pessoas ou comprar a produção dos microagricultores também são o público-alvo da empresa da estudante.

Por ter essa preocupação em beneficiar o coletivo, a Amitis vai além do conceito empresarial. “Ela é considerada um negócio de impacto socioambiental porque não visa somente o lucro, mas sim as necessidades da sociedade vulnerável e do meio ambiente. E todas as nossas ações trabalham para que seja gerada renda para pessoas vulneráveis e impactos ambientais negativos sejam evitados”, destacou.

Como toda empreendedora, já pensando no futuro, Liliane antecipa que vai usar o valor da premiação para “investir na qualificação da equipe, no lançamento de dois novos modelos de horta e, com certeza, aplicar alguma horta para uma pessoa vulnerável de Alagoas”.

Para conhecer a iniciativa de Liliane, acesse aqui

*Com informações da Ufal