Geral
Ministro prometeu resolver “buraco de AL” em pouco tempo; já se vão 8 meses
Cratera se abriu em maio do ano passado e segue causando transtornos aos motoristas da região

Batizada de “buraco de Alagoas”, a cratera que engoliu um pequeno trecho da BR 101, na altura do quilômetro 138, no município de São Miguel dos Campos, já estaria prestes a nascer de se fosse uma criança em gestação.
Desde 31 de maio, quando parte do asfalto cedeu, na rodovia, já se vão mais de oito meses de transtorno para motoristas que precisam trafegar pela principal rodovia federal e uma das mais movimentadas do Estado.
Para os caminhões, o desvio pela BR 316, saindo de São Sebastião até retornar a BR 101 em Pilar Alagoas, representa aumentar a viagem em mais de 40 minutos. Para quem viaja em automóveis, o desvio por dentro da cidade de São Miguel dos Campos representa um atraso de 20 minutos, em média, em função do tráfego lento no município.
Mais lento que o tráfego no trecho da BR 101 só a assessoria do DNIT. O superintendente do órgão no Estado enviou uma série de perguntas feitas pelo blog para a assessoria de comunicação em Brasília no último dia 27 de janeiro. Até o momento a resposta não foi enviada.
A recuperação no trecho, de fato, poderia e deveria ser mais rápida. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou no dia 29 de outubro de 2021, que a obra seria retomada em 15 dias. E de fato foi. Mas a segunda parte da promessa feita a ele pelo ministro da Infraestrutura, Tarciso Freitas, carece de melhor entendimento.
“Já conversei com o ministro Tarcísio Freitas e ele me garantiu que em pouco tempo teremos o fluxo na rodovia retomado, pondo fim ao transtorno que há meses passam os alagoanos que precisam trafegar pela região, sem contar os prejuízos causados para a cidade, pois o fluxo de veículos aumentou significativamente por conta dos desvios”, declarou Arthur Lira durante evento realizado em São Miguel dos Campos, em outubro do ano passado.
Já se vão mais de oito meses. A cada dia, milhares de motoristas e passageiros perdem minutos e até horas preciosas para desviar do “buraco de Alagoas”, o que não é “pouco tempo”, especialmente para quem trafega pelo trecho com frequência.
Na comparação de tempo, uma cratera aberta na obra do metrô de São Paulo-SP, aparentemente bem maior do que o “buraco de Alagoas”, foi preenchida em menos de 48 horas. Lá, o tráfego na Marginal Pinheiros foi retomado após dois dias do incidente, provocado por problemas semelhantes ao que provocou a interrupção do tráfego na BR 101 (rompimento de dutos de drenagem de água das chuvas ou esgoto).
A cratera na marginal Tietê, em São Paulo-SP, foi preenchida em menos de 48 horas, enquanto o “buraco de Alagoas”, na BR 101 surgiu há oito meses e a previsão é que o tráfego só seja normalizado no local no final do primeiro semestre deste ano.

Mais cinco meses
Em texto publicado em sua página na internet, o DNIT informa que dá prioridade a obra na BR 101 e que ela deve ser concluída até junho deste ano.
“O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) avança dia e noite com os trabalhos para solucionar uma ocorrência complexa de erosão causada por chuvas na BR-101/AL, em São Miguel dos Campos, em Alagoas. Desde a interrupção do tráfego no trecho, em junho de 2021, as equipes do Departamento estão mobilizadas e tratam a obra como prioritária. A previsão é de que ainda neste semestre o tráfego seja restabelecido de forma segura”.
