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Depois de processar deputado e vereador, Braskem é acusada de “censurar” religiosos

Empresa entrou com ações na 29º Vara Cível da Capital para impedir a realização de protestos em frente a unidade industrial

Por Blog Edivaldo Júnior 08/12/2021 16h04 - Atualizado em 08/12/2021 16h04
Depois de processar deputado e vereador, Braskem é acusada de “censurar” religiosos
V,ereador de Maceió Francisco Salles - Foto: Reprodução

A Braskem entrou com ações na 29º Vara Cível da Capital para impedir a realização de protestos em frente a unidade industrial da empresa na cidade.

O deputado estadual Ronaldo Medeiros e o vereador de Maceió Francisco Salles estão entre os réus nas ações movidas pela companhia e não podem mais protestar.nonlocal, sob pena de multa diária.

Nesta quarta-feira, o Francisco Salles acusou a Braskem de tentar calar também líderes religiosos. A “censura”, avalia o vereador é uma manobra para “silenciar todos para esconder o crime que cometeu”.

Versão oficial


Veja texto da assessoria de Salles

“Braskem quer silenciar todos para esconder o crime que cometeu”, diz vereador Francisco Sales sobre perseguição a religiosos

A decisão favorável que o juiz José Afrânio dos Santos Oliveira, da 29º Vara Cível da Capital, concedeu à mineradora Braskem vem sendo sentida como um ato de censura à dor das mais de 14 mil famílias que foram atingidas pelo afundamento do solo nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto.

Com a liminar da Justiça, a Braskem busca impedir os moradores de realizar qualquer tipo de manifestação em frente à sua sede, sob a alegação de sofrer inúmeros prejuízos econômicos com os atos pacíficos organizados pelos movimentos, que lutam pelo pagamento das indenizações e também o fim do ilhamento social impostos às famílias que ficaram nas localidades.

Além do movimento SOS Pinheiro, as Associações dos Bairros, do vereador Francisco Sales, a Braskem voltou a sua ação judicial para os religiosos Conego Walfran, pároco de Bebedouro, Pastos Wellington da Igreja Batista e o babarolixá Célio Rodrigues, os proibindo de qualquer ato de manifestação.

Sob a ameaça de pagar uma multa diária no valor de R$ 5 mil, limitada ao período de 30 dias, além de responsabilização criminal pelo delito de desobediência, os líderes religiosos estão sendo silenciados.

“Braskem quer silenciar todos para esconder o crime que cometeu. Para esconder a tragédia do mercado financeiro que ela provocou na vida de milhares de famílias em Maceió, esconder o sofrimento dessas famílias através de suas propagandas. O criminoso não sou eu, não é o padre, não é o pastor. Criminosa é a empresa, que deixou milhares de famílias desamparadas”, comentou Francisco Sales em suas redes sociais.

Os moradores dos quatro bairros lutam para que a Braskem pague as indenizações dentro do valor do imóvel antes de ser atingido pelo problema e agilize o pagamento das famílias que deixaram suas casas há mais de um ano. Sobre o ilhamento o social, a luta é para que as famílias que ficaram no Flexal de Cima e no Flexal de Baixo possam ser incluídas no mapa de risco e realocadas