Um dia após o governador Renan Filho (MDB) endurecer as medidas contra a disseminação do novo coronavírus, um levantamento do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19 (OAPPEC) revelou que a rede pública de Saúde pode entrar em colapso a qualquer momento em Alagoas.

O observatório, que faz parte Universidade Federal de Alagoas (Ufal) divulgou nesta segunda-feira, 8, atualização que revela o aumento na demanda por leitos mais que dobrou na última semana.

A ocupação dos leitos já ultrapassou os 80% em Alagoas, ponto crítico onde é recomendado o lockdown pelo Comitê Científico do Consórcio Nordeste (C4NE). “As medidas de mitigação previstas nos protocolos em vigência até então não estavam sendo suficientes”, diz Gabriel Bádue, coordenador do OAPPEC.

Ainda de acordo com o relatório, da segunda quinzena de dezembro até a segunda quinzena de fevereiro, a taxa de crescimento na demanda por novos leitos era de, em média, 8 unidades por semana. Esse número subiu para 20 leitos por semana na segunda quinzena de fevereiro, e para 52 na última semana.

A taxa de ocupação nas UTIs que já havia ultrapassado 70% nas últimas duas semanas, voltou a superar os 80% nos últimos dias. Assim, mantido o atual ritmo, o sistema público de saúde pode atingir lotação máxima nas próximas semanas, apesar dos esforços para abertura de mais leitos.

Devido a esses números, o governador Renan Filho anunciou na tarde de domingo, 7, novas medidas restritivas para combater o avanço da covid-19 em Alagoas. O anúncio acontece quatro dias após o estado sair da fase azul e regressar para a amarela.

Com as novas mudanças, as regiões do Sertão e Agreste farão parte da fase vermelha. O restante do estado, incluindo a capital alagoana, irá para a fase laranja.