Seis dias após a confirmação da vitória de Joe Biden por veículos da imprensa americana, o governo da China parabenizou o presidente eleito dos Estados Unidos. O aceno, em meio à resistência de Donald Trump de reconhecer sua derrota, é um pontapé inicial para a relação entre Pequim e o futuro governo democrata, após anos de hostilidades, disputas e tensões durante o mandato de seu antecessor.

Em um comunicado, o porta-voz da Chancelaria chinesa, Wang Wenbin, disse que Pequim “respeita a escolha do povo americano”:

— Nós expressamos nossos parabéns ao senhor Biden e à senhora Harris [Kamala Harris, vice-presidente eleita] — disse na manhã desta sexta.

O Ministério de Relações Exteriores já havia se esquivado de responder quando falaria publicamente sobre o resultado do pleito americano, sacramentado no sábado pela imprensa. Como nos EUA não há uma Justiça eleitoral, cabe à mídia determinar o vencedor do pleito. Na ocasião, Pequim disse que iria respeitar os procedimentos legais movidos por Trump para comentar.

Trump se recusa a reconhecer sua derrota, alegando ter sido vítima de fraude, mesmo sem quaisquer evidências de que isso seja verdade. Autoridades estaduais, democráticas e republicanas, nacionais e grupos internacionais que atestam a lisura de pleitos não encontraram quaisquer irregularidades significativas.

Muitos líderes internacionais — especialmente os principais aliados dos EUA — parabenizaram Biden nos últimos dias, como a chanceler alemã, Angela Merkel; o premier canadense, Justin Trudeau; e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. Algumas das figuras mais próximas a Trump, no entanto, permanecem em silêncio, como o presidente russo, Vladimir Putin, e Jair Bolsonaro.