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Cerca de 200 lojas de shopping não voltam a funcionar em AL

Decreto mantém lojas e shoppings fechados até o dia 22

Por Blog do Edivaldo Júnior 11/06/2020 18h06
Cerca de 200 lojas de shopping não voltam a funcionar em AL
Maceió Shopping. Foto: reprodução.

A partir desta quinta-feira (11), a prefeitura de São Paulo, capital, autorizou a reabertura dos shoppings centers. 

Em Alagoas, a expectativa era que medida parecida passasse a vigorar também na mesma data. Porém, o governo do Estado decidiu prorrogar o decreto de situação de emergência que mantém lojas e shoppings fechados até o próximo dia 22.

Com a renovação das medidas, que já chegam a três meses, a avaliação de lideranças do setor produtivo de Alagoas é que a crise que atinge o setor de comércio e serviço – especialmente as pequenas empresas – vai se agravar nos próximos dias.

O presidente da Associação Comercial de Maceió, Kennedy Calheiros, apresentou dados preocupantes sobre o setor. Segundo Calheiros, “23% das lojas de shopping já romperam contratos e não voltam a funcionar”.

De acordo com informações do Wikepedia, em Alagoas existem mais de 800 lojas de shoppings na capital e interior. No momento, quase 200 lojas já fecharam em definitivo. E esse número pode aumentar nos próximos dias.

Kennedy Calheiros participou, nessa quarta-feira, 10, de reunião do grupo de trabalho que vai definir os protocolos de funcionamento dos setores da economia de Alagoas que estão fechados durante o decreto de situação de emergência.

A reunião do GT, formado por Gabinete Civil, Sedetur e Sefaz, foi realizada antes do anúncio da renovação do decreto de emergência e contou com representantes do setor produtivo. O encontro serviu para comunicar que o decreto seria renovado e apontar uma possibilidade de flexibilização a partir do próximo dia 22.

Reações

O presidente da Fecomércio-AL, Gilton Lima, diz que reunião com o grupo de trabalho “foi positiva e democrática, com todas as entidades envolvidas tendo a oportunidade de exporem seus pontos de vista. A expectativa era de que essa retomada fosse imediata, começando amanhã (hoje), mas como noticiado pelo governador Renan Filho, teremos uma nova prorrogação.”

O presidente da Associação Comercial de Maceió, foi um pouco mais incisivo durante a reunião. Ele cobra a retomada dos setores que continuam fechados para evitar o aumento da pressão. As grandes empresas devem voltar sem maiores problemas. Mas as micro e pequenas empresas, avalia Kennedy, não terão a mesma sorte: “para pagar as dívidas, muitas empresas venderam seus estoques. E se continuar assim, se não faturarem quando o governo autorizar reabrir, algumas não terão mais nada”.

Kennedy diz que tem muita loja fechando: “a economia voltará ao normal, eu acredito, se deus for Bondoso com essa pandemia em 30 de setembro, se não for, em dezembro. O efeito colateral no entanto já está aí. Só com o faturamento, sem linha de crédito, não vai dar para muitas pequenas empresas retornar. As grandes se aguentam, mas as pequenas não. Alguns negócios serão fechados e alguns atores (donos) vão ser trocados e lá na frente o espaço deixado por essas empresas que fecharam ou vão fechar podem ser ocupados por novos negócios ou novas pessoas, mas não mais pelas mesmas”, pondera.

Diálogo

O presidente da Associação Comercial de Maceió, cobra um diálogo com todos os setores e pede que o governo reavalie a possibilidade de liberar alguns setores já a partir do próximo dia 15. ele sugere, inclusive a participação do setor produtivo com representantes do Ministério Público Estadual e dos especialistas em saúde. “Se existe pressão do MP ou dos médicos sobre o governo, nós também queremos apresentar nossos argumentos”, aponta.

“A gente entende a saúde, mas nos esperávamos que a retomada se desse já a partir do dia 11. Vamos continuar trabalhando agora para o dia 15 de junho. Estamos ainda lutando para que algum segmento venha a abrir já a partir do dia 15 de junho, para aliviar a pressão que existe. E que continue o grupo de trabalho. Quero colocar os técnicos da associação com os técnicos do Estado, com alguém da área médica para estarem validando as medidas. O governo tem sua ideia, nós temos a nossa, não há muitas diferenças, mas precisa das ponderações e mediação para validar”, aponta.

Para Kennedy, todos devem lutar para não ter aglomeração: “as lojas precisam fazer isso e o Estado tem de cuidar para não ter aglomeração, usar máscara geral e as empresas cumprirem os protocolos de saúde”, aponta.