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Moradores liberam terminais de ônibus após acordo mediado pelo MPE

Por Redação JAL com Agências 18/07/2018 18h06
Moradores liberam terminais de ônibus após acordo mediado pelo MPE
Foto: G1

Na manhã desta quarta-feira, 18, os moradores dos conjuntos Graciliano Ramos e Village Campestre reuniram seus representantes, com o superitendente municipal de Transporte e Trânsito, Antônio Moura e a promotora Fernanda Moreira, na sede do Ministério Público Estadual (MPE), para discutir as mudanças nas linhas de ônibus que atendem a região.

Após horas de discussão, a SMTT cedeu e suspendeu as mudanças, recebendo um prazo de 30 dias para realizar um novo estudo dobre a situação.

O resultado agradou aos moradores, que solicitavam que o transporte voltasse a operar como antes, onde cada região possuía linhas próprias. "As dificuldades são grandes nas duas comunidades, só que não estamos reivindicando melhorias, o que queremos pe voltar ao que era antes. Essas linhas que eles [Município] tiraram atende outras comunidades do entorno e todas elas estão sendo afetadas. Hoje, essas comunidades não têm transporte coletivo", falou o íder comunitário, Toni Chicuta.

Segundo o líder comunitário, durante o final de semana, quando a frota diminui, a situação ficaria ainda pior. "Isso prejudica ainda mais, sem falar na questão dos 40 minutos circulando dentro das comunidades. A SMTT diz que vai ter ônibus a cada cinco minutos, mas a gente sabe que isso não é verdade, pode até acontecer nos primeiros dias, mas depois, diminui. A população não está de acordo. As lideranças aqui hoje esperam que a SMTT tome uma posição", reforçou Toni.

VERSÃO DO MUNICÍPIO

"Esse protesto, da forma como está acontecendo, impede o ir e vir das pessoas, e entendemos que isso é, inclusive, um ato criminoso. Qualquer mudança pode vir a acontecer, porém, a gente espera que a comunidade experimente a mudança por um período de tempo e, se realmente desagradar, vê que não está atendendo à demanda, obviamente que pode ser revisto. O papel da Prefeitura e da SMTT é zelar pela melhoria para o cidadão, mas isso não dá direito de o usuário bloquear a via, bloquear terminal, murchar pneus e quebrar ônibus, como está acontecendo", ressaltou Antônio Moura, superitendente da SMTT

Ao final da reunião, Antônio Moura disse que será feita uma avaliação para que, no futuro, haja uma proposta de otimização das vias. "Depois de três horas de reunião juntamente com os membros do MP e lideranças comunitárias, nós chegamos a um consenso de retomar o modelo antigo das linhas daquelas duas regiões com a desocupação dos terminais. Uma nova avaliação será feita para, quem sabe futuramente, haja uma nova proposta de otimização daquelas vias, que será discutida de forma mais efetiva como pediu a comunidade", disse Antônio Moura.

MPE

"O transporte é dinâmico, toda e qualquer modificação é possível, é prevista em lei, desde que atenda ao interesse do consumidor. Como eles não gostaram, sentiram que a mudança não atende aos interesses deles, surgiu esse conflito que precisa ser resolvido, porque a gente não pode esperar a tramitação normal de um procedimento como este; a comunidade toda está sofrendo. E, também, não podemos esperar essa paralisação, que não é boa para a sociedade. A ideia é tentar ouvir todas as partes, procurar ver onde existem os pontos de conflito para que a gente possa, mediando, tentar encontrar a solução para o impasse", salientou a promotora. 

O presidente da Associação dos Moradores do Conjunto Graciliano Ramos, Edvaldo Aurélio, informou que as mudanças prejudicaram 26 mil pessoas no Graciliano Ramos e 60 mil nos conjuntos Village Campestre I e II.

O promotor de Justiça Jorge Doria disse que o Ministério Público vai acompanhar as questões envolvendo os itinerários dos ônibus em Maceió. 

Os terminais de ônibus dos dois conjuntos, foram liberados durante a tarde, após três dias seguidos de protestos realizados por moradores.

A mobilização iniciou no sábado, 14, com o bloqueio da saída dos ônibus dos terminais dos conjuntos. A Polícia Militar chegou a escoltar os ônibus até a garagem da Real Alagoas, mas os moradores retornaram a manifestação no dia seguinte.