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Conseg ouvirá OAB e Seris após suposto envolvimento de advogados com facções

Por Redação JAL com Agências 18/07/2018 18h06
Conseg ouvirá OAB e Seris após suposto envolvimento de advogados com facções
FOTO: DIVULGAÇÃO

Após a denúncia do Coronel Marcos Sérgio de Freitas, secretário estadual de Ressocialização e Inclusão Social, onde ele alega que advogados alagoanos teriam ligações com integrantes de facções criminosas, que agem de dentro dos presídios. O Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg), por meio do vice-presidente Antônio Carlos Gouveia, que solicitou que fosse dado nomes aos suspeitos e que ouvirá representantes da Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social (Seris) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Gouveia informou nesta quarta-feira, 18, que o secretário citado está fora do estado, porém já respondeu por escrito aos questionamentos feitos pelo Conselho, inclusive citou os nomes dos advogados supostamente envolvidos com os criminosos. "Dar uma declaração dessa natureza, generalizando toda uma categoria, provoca uma vunerabilidade a todos os profissionais", reforçou.

O Conseg aguarda um posicionamento da OAB/AL. "Esse silêncio é inadmissivel e é preciso que fique claro que os profissionais da advocacia exercem suas atividades com zelo e não são todos que estão metidos com safadeza", completou Carlos Gouveia.

OAB

Por meio de sua assessoria de Comunicação, a OAB informou que  já agendou uma reunião com o secretário da Ressocialização e Inclusão Social para esta quinta-feira, 19, no prédio sede da Seccional, em Jacarecica, para obter maiores esclarecimentos sobre a suposta ligação de advogados com facções criminosas e que também foram feitos contatos com a Secretaria do Gabinete Civil para tratar do assunto.

A instituição nunca se furtou ou se furtará em combater toda e qualquer ilegalidade. Nada obstante, não permitirá que supostas atuações irregulares isoladas comprometam a imagem do profissionalismo, ética e a luta diária dos mais de 16 mil advogados de Alagoas. O problema do sistema penitenciário deve ser analisado sobre uma perspectiva muito maior e mais complexa. Outrossim, a OAB Alagoas, como preconiza o Código de Ética, não pode confirmar ou passar qualquer informação sobre o recebimento de representações, análises e processos que devem tramitar em sigilo até o julgamento em definitivo. De qualquer forma, a entidade garante que os procedimentos são analisados com afinco e o necessário cuidado, se dispondo a penalizar o advogado não comprometido com a ética e com a lei. Por fim, a Ordem afirma e reafirma que não precisa de intermediadores para discutir com qualquer autoridade os problemas de interesse da sociedade. Nosso compromisso é com o Estado Democrático de Direito e com a Constituição Federal, concluiu a nota.

O Movimento “Sou Advogado” composto por profissionais da área jurídica usou as redes sociais para expressar o desprezo diante do fato destacando que, a categoria é composta por profissionais de bem e se faz urgente a identificação dos supostos advogados citados na declaração do Coronel Marcos Freitas.

Confira abaixo a nota na íntegra

O Movimento “Sou Advogado”, representativo dos Advogados de Alagoas que trabalham e esperam por dias melhores, uma Advocacia forte e pujante e uma OAB, tanto nacional, como local, representativa, atuante e defensora incondicional dos interesses coletivos, das prerrogativas e direitos dos Advogados, com grande inserção na sociedade, em razão do obsequioso silêncio da OAB/AL, vem por meio da presente nota pública apresentar seu total e absoluto repúdio e insatisfação com as notícias genéricas, abstratas e imprecisas veiculadas na imprensa de que “Advogados são suspeitos de ligação com facções criminosas em presídios”, afirmando, de maneira categórica, que a Advocacia Alagoana é composta de profissionais sérios, éticos, comprometidos, aguerridos e trabalhadores, que lutam para sobreviver dignamente, sustentando as suas famílias, contribuindo não apenas para a consagração dos interesses de seus clientes, mas para um Judiciário mais justo, eficiente e que cumpra as leis e a Constituição Federal e para termos uma sociedade justa, ordeira e desenvolvida. Portanto, notícias como as propaladas atingem a honra e o bom nome de todos, o que não podemos aceitar ou tolerar. Como em toda profissão, podem existir maus profissionais, os quais devem ser identificados e punidos, assegurando-se todas as garantias constitucionais, exemplarmente. Continuaremos vigilantes e acompanhando e cobrando a identificação dos supostos advogados e esclarecimento dos fatos, como defendendo intransigentemente o conceito e bom nome da Advocacia e seus integrantes, como as suas prerrogativas e direitos.