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Manifestantes pedem nomeação de concursados para gestão do Hospital da Mulher

Por Redação JAL com Agência 17/07/2018 15h03
Manifestantes pedem nomeação de concursados para gestão do Hospital da Mulher
FOTO: CORTESIA

Manifestantes protestaram na manhã desta terça-feira (17), em frente o Hospital da Mulher - que ainda está em fase de construção -, denunciando o modelo de gestão escolido pelo Governo do Estado, que deve adotar uma Organização Social (OS), o pedido é para que concursados atuem no hospital e não o setor privado.

Concursados da reserva técnica da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), pedem a nomeação para que possam atuar no hospital. Devido à ampla estrutura, o local deve funcionar como referência em atendimentos em Alagoas. 

Segundo a assessoria do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde em Previdência Social no Estado de Alagoas (Sindprev), há cerca de 300 pessoas na reserva técnica da universidade estadual, de um concurso realizado em 2014.

"O governador anda na contramão das políticas públicas de saúde quando autoriza as OSs a administrar o hospital que será referência para a sociedade alagoana. Nós temos uma reserva técnica aguardando nomeação e, enquanto isso, as OSs são quem estão com a garantia de direito dos concursados que estão aí há anos sem serem nomeados", explica a assessoria do Sindprev, um dos movimentos no ato. 

"Dizemos não às OSs porque elas significam privatização do Sistema Único de Saúde. O SUS deve prevalecer e nenhuma rede privada deve ser maior que o serviço público de saúde. Só em casos de algumas emergências, quando o SUS não tem o serviço necessário, daí seria uma parceria", acrescenta o sindicato. 

O medico Bruno Fontan, que está à frente do Fórum em Defesa do SUS, ressalta a preocupação dos manifestantes. "Estamos contra a iniciativa do governo estadual de colocar esta unidade hospitalar para gestão do setor privado através de uma OS, que, apesar de oficialmente se dizer sem fins lucrativos, é uma empresa privada".

"A gente acredita que a saúde deve ser tratada dentro de uma perspectiva pública, com administração 100% pública, e que o servidores sejam contratados por meio de concurso. Entendemos que é assim que a saúde será tratada de maneira mais adequada para a população e não beneficiando empresários e outros setores equivalentes que geralmente estão por trás desses projetos de OS ou outras modalidades de privatização", detalhou Bruno Fontan. 

Em entrevista coletiva em janeiro deste ano, Renan Filho, anunciou a possibilidade de gestão do hospital por uma OS e disse, ainda, que o Hospital da Mulher seria inaugurado entre maio e junho deste ano, gerando mais de 1 mil empregos. A obra foi orçada em torno de R$ 25 milhões. Outros R$ 9 milhões serão destinados à aquisição de equipamentos.