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Problema na rede de assistência psiquiátrica preocupa vereadores

Por Assessoria 14/05/2015 09h09
Problema na rede de assistência psiquiátrica preocupa vereadores

A assistência médica a pacientes com problemas psiquiátricos foi tema de um amplo debate entre os vereadores de Maceió, na tarde desta quarta-feira (13), durante sessão ordinária. O caso foi trazido ao Plenário pelo vereador Chico Filho (PP), que repercutiu notícia veiculada pela imprensa sobre a possibilidade de fechamento da Clínica José Lopes, localizada no bairro de Bebedouro.

Segundo o parlamentar, caso isto aconteça, cerca de 140 pacientes vão ficar sem qualquer tipo de atendimento médico, o que tem levado preocupação aos familiares. “Há uma situação ainda mais grave, caso ocorra o fechamento da unidade: muitos pacientes são sozinhos, não têm familiares e, portanto, não tem nem uma casa para acolhê-los. Vão ser largados na rua, então?” questionou.

Chico Filho disse ainda que esta situação se deve à redução dos recursos repassados à Clínica pela Secretaria Municipal de Saúde e reflete um problema nacional, diante dos cortes de verbas pelo Ministério da Saúde. O parlamentar solicitou que a Comissão Permanente de Saúde da Casa tente uma solução negociada para o problema.

Para a vereadora Fátima Santiago (PP), a situação de dificuldade pela qual passa a Clínica José Lopes também acontece nas Clínicas Ulisses Pernambucano e Miguel Couto. “Há problemas também no Hospital Portugal Ramalho, mas neste caso, como a unidade é ligada à Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), a situação é um pouco melhor”, disse ela. De acordo com Santiago, nas demais, há falta de dinheiro para a compra de alimentação e outros materiais básicos para o pleno atendimento. “Temos informações que há dias, muitos pacientes se alimentam apenas com mortadela e cuscuz e, nas camas, não há fronhas, nem lençóis”, disse.

A parlamentar lembrou ainda que nas três clínicas já não são aceitas novas internações de pacientes pelo SUS. “O caso é muito, muito grave mesmo”, afirmou.

RETAGUARDA – A vereadora Heloísa Helena (PSOL), presidente da Comissão Permanente de Saúde da Câmara, esclareceu que, além da redução nos repasses de recursos, a situação se agrava porque os valores pagos pelos procedimentos na tabela do SUS não cobrem os custos reais com os pacientes. “Há muito que a tabela já deveria ter sido reajustada”, disse.

A parlamentar denunciou ainda que devido à essa situação de pagamento, algumas unidades estão optando por reduzir o número de leitos psiquiátricos para ampliar os chamados leitos de retaguarda do Hospital Geral do Estado (HGE), que paga melhor, há um ‘plus’ no pagamento”, destacou.