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Bebê com patologia rara é salvo após passar por cirurgia pioneira no HGE

Keyla nasceu era portadora doença que a impedia de ingerir alimentos pela vira oral

Por Assessoria 01/05/2015 14h02
Bebê com patologia rara é salvo após passar por cirurgia pioneira no HGE

Ela ficou conhecida depois que os veículos de comunicação alagoanos divulgaram sua festinha de um ano, realizada na Pediatria do Hospital Geral do Estado (HGE). Contudo, a história de Keyla de Carvalho Silva ultrapassa a comoção e se notabiliza como um caso de sucesso médico-hospitalar.

Diagnosticada com uma patologia rara, chamada encefalocele transesfenoidal, a pequena, na época com nove meses, foi transferida da Maternidade Escola Santa Mônica (MESM) para ser operada no HGE. De acordo com o neurocirurgião pediátrico Aldo José, uma em cada 700 mil crianças nasce com a anomalia, que pode fazer parte de síndromes e consiste em alterações do desenvolvimento facial, do sistema óptico e do encéfalo, com uma herniação do tecido neural, através de um defeito nas estruturas ósseas da base do crânio.

“Keyla encontrava-se com um comprometimento grave na respiração, que a impedia de respirar espontaneamente, sua respiração só era possível através de um orifício na região cervical (traqueostomia). Sem falar que ela já estava com previsão para realizar uma gastrostomia, técnica em que o paciente se alimenta com uma sonda conectada ao abdômen. Toda sua cavidade oral estava comprometida!”, contou o neurocirurgião pediátrico.

E apesar de ser atendida em outros serviços, referência para casos como o dela, foi no HGE que a cirurgia foi realizada. Hoje, já em alta hospitalar, Keyla respira espontaneamente e já se alimenta. Um fato que é reflexo do sucesso do procedimento cirúrgico realizado na maior unidade de urgência e emergência de Alagoas.

Ele contou que, caso a paciente não fosse operada ela sobreviveria, mas com uma qualidade de vida ruim. “Imagine uma criança viver respirando através de orifício feito no pescoço pra respirar e se alimentando por uma sonda de conectada ao abdômen? Isto sem nunca ter provado nada de comida pela boca, nunca ter saboreado nada. Não ter a possibilidade de falar. Esta seria a realidade da vida dessa criança”, observou o médico do HGE.

Doenças Neurológicas - Aldo José explicou que as doenças neuropediátricas podem aparecer desde o início do desenvolvimento, abrangendo o período intrauterino e estendendo-se a faixa etária do recém-nascido, lactente, escolar e adolescente. Entre as patologias neurológicas que exigem tratamento cirúrgico, as mais prevalentes na infância são a hidrocefalia, cranioestenoses, disrrafismos espinhais (mielomeningocele, encefalocele), tumores no SNC (tumor sólido mais frequente nas crianças), sendo o diagnóstico precoce e o tratamento adequado e multidisciplinar indispensáveis à redução da morbidade e melhoria da qualidade de vida dessas crianças.

Para a secretária de Estado da Saúde, Rozangela Wyszomirska, o HGE vem despontando como o maior e mais completo serviço infantil de Alagoas. Destacando-se, também na área de neurocirurgia infantil. “O HGE atende casos de urgência e emergência, de alta complexidade. Temos o que há de mais moderno na área de saúde infantil. Nossa maior alegria é proporcionar um atendimento com qualidade e eficácia às crianças alagoanas e até mesmo de outros estados que procuram a unidade em busca de atendimento especializado em pediatria”, ressaltou, ao pontuar que HGE não realiza cirurgias neuropediátricas eletivas, já que a unidade é referência para urgência e emergência.

Sorriso da Filha - A dona de casa, Roberta de Carvalho, 30 anos, mãe da pequena Keyla, contou que após o nascimento da filha, em União dos Palmares, ela foi logo transferida para um hospital particular de Maceió, devido a um desconforto respiratório e, em seguida, para a Maternidade Escola Santa Mônica, onde começou a respirar por ventilação mecânica, ficando entubada.

Ela lembra que, durante um ano, a vida das duas foi dentro de um hospital, em meio a equipamentos e medicações. “Eu me angustiava muito por não entender o motivo de ela ter nascido com esta doença. Que vida minha filha teria? Ela renasceu após a cirurgia. O que me deixa mais feliz é ver o sorriso estampado no seu rostinho”, comemorou a mãe emocionada.