O ex-presidente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, voltou a se posicionar sobre os problemas enfrentados pela SAF alvinegra. Em entrevista ao ge, ele afirmou que atua como pacificador na relação entre o clube social e a empresa, mas demonstrou preocupação com a saúde financeira da gestão de John Textor.

Nesta semana, a Justiça acatou pedido do associativo e determinou que a SAF não poderá vender jogadores sem autorização prévia. Montenegro disse ter mediado uma conversa entre o presidente do clube, João Paulo Magalhães, e o CEO da SAF, Thairo Arruda, na tentativa de buscar entendimento.

Apesar de reconhecer Textor como “o maior ídolo da história do Botafogo”, Montenegro criticou a falta de clareza nas contas e relatou ouvir histórias de que o empresário teria recorrido a empréstimos informais para pagar salários. “A gente não vê números, não sabe de nada. O clube social não tem acesso. Ouvimos que está pegando dinheiro de agiota, pagando juros de 10% ao mês. Isso aconteceu”, disse. Textor, por sua vez, negou a acusação.

Montenegro também destacou que a SAF está “cheia de problemas” desde que a disputa judicial entre Textor e a Ares, maior credora, paralisou o envio de recursos da Eagle. Segundo ele, há risco de compromissos não serem pagos em 2026, incluindo parcelas de contratações e dívidas trabalhistas.

Mesmo com críticas, o ex-presidente reforçou sua admiração por Textor. “Ele revolucionou o Botafogo, fez o clube faturar R$ 1,5 bilhão. Mas não é possível ter esse faturamento e estar com tudo atrasado. Ele precisa focar na SAF Botafogo”, afirmou.

Montenegro disse ainda que não pretende voltar ao comando do clube, mas seguirá tentando pacificar a relação entre os sócios e a empresa.