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Festival Estudantil de Teatro de Alagoas retoma atividades com edição especial voltada à formação técnica

Após dois anos de interrupção, FETA 2025 retorna em sua 25ª edição com ênfase em vivências pedagógicas, integração entre escolas e aprofundamento nos bastidores do teatro

Por Redação 18/11/2025 16h04 - Atualizado em 18/11/2025 17h05
Festival Estudantil de Teatro de Alagoas retoma atividades com edição especial voltada à formação técnica
FETA celebra 25 anos com retorno à cena cultural de Alagoas Festival Estudantil de Teatro acontece em novembro após hiato por falta de apoio - Foto: Assessoria

O Festival Estudantil de Teatro de Alagoas (FETA), um dos marcos culturais do estado, está de volta ao calendário artístico. A 25ª edição marca a retomada de um projeto criado no início dos anos 1990 e que, ao longo de sua trajetória, ajudou a formar artistas, professores, técnicos e plateias. 

Depois de dois anos sem ser realizado, o evento retorna em um formato especial, priorizando a experiência pedagógica e o contato aprofundado dos estudantes com todas as etapas da criação teatral.

A nova edição só se tornou possível, segundo o curador do evento e ator, Eduardo Nogueira, graças ao apoio da Diretoria de Teatro de Alagoas (Diteal):

“O FETA, o Festival Estudantil de Teatro de Alagoas, já chega à sua 25ª edição e foi criado no início dos anos 1990. Tivemos duas edições que não aconteceram por falta de verba e apoio, mas este ano conseguimos retornar graças à sensibilidade da Diretoria de Teatro de Alagoas, que se dispôs a realizar o evento. Esse apoio foi fundamental, porque o FETA sempre teve como propósito formar artistas, técnicos envolvidos nos espetáculos e também o público.”

A democratização do acesso continua sendo uma prioridade do festival. Segundo Eduardo, cerca de 80% do público é composto por estudantes, já que os ingressos são destinados a escolas públicas e instituições que necessitam. Neste ano, o evento receberá alunos tanto da rede estadual quanto do município de Maceió. 

Diferentemente das edições tradicionais, que costumavam reunir de 15 a 20 peças no Teatro Deodoro, a versão de 2025 será mais enxuta. Com quatro espetáculos selecionados, o FETA foca na reconstrução de seu formato e no reposicionamento de seus objetivos.

O coordenador explica que, historicamente, o festival acontecia no Teatro Deodoro e contava com uma programação extensa, mas o convite para a retomada chegou de forma repentina. Por isso, a edição atual é menor e terá apenas quatro grupos participantes, concentrando esforços na reorganização estrutural do evento.

Nesta nova proposta, os estudantes permanecerão no teatro durante todos os dias, vivenciando não apenas as apresentações, mas também o cotidiano dos bastidores. A ideia é reforçar o caráter pedagógico do festival: haverá duas apresentações diárias — uma à tarde e outra à noite — e todas as turmas acompanharão o trabalho dos demais grupos. 

Os participantes também terão acesso a oficinas e experiências técnicas, conhecendo de perto áreas como iluminação, sonoplastia e operação de palco. O objetivo é que compreendam melhor as diversas profissões envolvidas no fazer teatral e visualizem caminhos concretos de profissionalização.

Mesmo com a ênfase formativa, o caráter competitivo continua presente. “O festival continua sendo uma mostra competitiva, com troféus para melhor ator, melhor atriz, melhor coadjuvante, melhor cenário, melhor figurino, melhor direção e melhor espetáculo. Teremos três jurados avaliando cada quesito. Após o encerramento, no dia 4 de dezembro, faremos a entrega dos prêmios.”



A Escola Estadual Theonilo Gama — vencedora da mais recente edição realizada antes da pausa — permanece como a última campeã do FETA, mantendo sua marca na história do festival.

Entre os estreantes deste ano está o grupo do Colégio Santa Úrsula, liderado pela atriz e professora Juliana Teles, que tem uma ligação antiga com o festival. “Minha história com o FETA começou muito cedo, quando as edições ainda aconteciam no Teatro de Bolso Lima Filho, na rua Pedro Monteiro. Em 1994, aos 12 anos, recebi meu primeiro prêmio no festival, como melhor texto autoral. Foi um marco importante na minha formação.”

Como docente, ela marcou presença em diversas edições do festival, especialmente entre 2011 e 2018, quando esteve à frente do grupo de teatro do Colégio Marista. Nesse período, o FETA teve papel fundamental tanto na formação dos estudantes quanto no fortalecimento do teatro escolar. 

Agora, retorna ao evento com uma nova geração de artistas mirins: está à frente do grupo do Colégio Santa Úrsula, composto por alunos do fundamental 1 e 2, de 7 a 13 anos, que estreiam no festival com uma adaptação inspirada em Chiquititas. As crianças vivem a expectativa da estreia, e ela comemora especialmente a retomada do FETA.

Para Juliana, o impacto do evento vai além do palco. “O FETA incentiva o ensino de teatro nas escolas, valoriza o trabalho dos professores e ajuda a fomentar a cultura local. Também contribui para formar plateia, despertando nos estudantes e no público em geral o interesse por assistir a espetáculos teatrais. É um evento fundamental para nosso cenário cultural.”

As apresentações ocorrerão nos dias 19 e 24 de novembro, e a cerimônia de premiação será realizada em 4 de dezembro. Pela primeira vez, o público poderá acompanhar o festival ao vivo pelo Instagram, ampliando o alcance do evento e permitindo que mais espectadores tenham acesso às produções estudantis.