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The Realness Festival destaca performances de drag queens brasileiras e internacionais em SP

Maior evento da América Latina, festival reuniu 45 artistas que levaram beleza e autenticidade ao palco

Por Jamerson Soares 17/08/2025 23h11 - Atualizado em 17/08/2025 23h11
The Realness Festival destaca performances de drag queens brasileiras e internacionais em SP
Festival de arte drag reuniu 45 drag queens do brasileiras e internacionais - Foto: Jamerson Soares

Aconteceu nesse sábado (16) o The Realness Festival, o maior evento de arte drag da América Latina, com performances de 45 drag queens brasileiras e internacionais. Cerca de 8 mil pessoas foram ao espaço Vibra São Paulo, na Vila Almeida, para prestigiar as artistas.

Entre elas estavam queens que participaram de diversas temporadas do programa RuPaul's Drag Race, como Sasha Velour, Shea Couleé, Sasha Colby, Roxxxy Andrews, Jewels Sparkles, Symone, Gigi Goode e Morphine Love Dion.

Sparkles não se conteve e interagiu com o público, desceu do palco e se aproximou de algumas pessoas. Ela também agradeceu o convite e o carinho dos brasileiros.

"Eu sempre ficava torcendo pra vir ao Brasil, pensava: 'tenho que vir ao Brasil, Brasil, Brasil' e agora estou aqui. Estou muito feliz e agraciada. Amo muito vocês", disse Jewels Sparkles, animada.

O festival não foi apenas um evento, como também foi uma celebração à arte transformista que tem levado entretenimento, estilo, mudança de vida e inspiração à comunidade LGBTQIA+ e para o mundo.

Artistas reverenciadas e que são consideradas as damas da arte drag no Brasil, também compuseram a programação, como Silvetty Montilla, Divina Nubia e Márcia Pantera.

Divina Núbia foi um dos ápices dramáticos e irreverentes da noite. Com uma dublagem intimista, a artista fez uma versão da fase idosa da cantora francesa Édith Piaf, e performou no palco a cena marcante do filme Édith Piaf - Um Hino ao Amor (2007), dublando a música "Non, je ne regrette rien".

Núbia mostrou que não precisa de muito para fazer uma dublagem de excelência.

Um tempo depois, Márcia Pantera entra no palco com uma performance de tirar o fôlego, usando a maestria no bate-cabelo e na intensidade cênica, e sempre mostrando ao público sua presença magnética. Pantera aproveitou um momento de sua performance para pular do palco em direção à plateia.

A drag queen brasileira Natasha Princess também é uma das referências quando se trata de bate-cabelo e explosão performática.

A dança assertiva, junto com o look a la rainha de bateria de escola de samba, fez com que a plateia vibrasse em completo êxtase. Em diversos momentos de sua performance, a queen Gigi Goode, que do front estava assistindo a todas as performances, colocou a mão na boca, indicando surpresa e encanto ao vê-la.

Ikaro Kadoshi, a persona andrógina do artista Tiago Liberato, foi um dos destaques no palco, não só pela performance, mas também pela responsabilidade e o tom de protesto no momento de fala.

"Nós somos as drags pelas drags e é nesse palco que a gente expurga as nossas dores da vida", pontuou Ikaro, que também chamou a atenção para a diferença entre crítica construtiva e a violência na internet.

O clímax da noite foi a apresentação da drag Sasha Velour e logo depois da Sasha Couby.

Velour entregou drama, conceito, comédia e palhaçaria, ao mesmo tempo que contava uma história de autodescoberta feminina por meio da performance, sob um cenário lúdico, em que ela se transformava inicialmente em uma poltrona da cor azul turquesa e depois em uma figura feminina.

Colby, por sua vez, levou mistério e sensualidade ao nível máximo. Mostrou corpo, beleza e presença de palco, além do carisma.

Dacota Monteiro, Grag Queen, Karma, Melody Queen, Adora Black, também estavam na programação e apresentaram suas performances.