Economia

Alagoas amplia cultivo de eucalipto e ganha novo papel na economia verde

Levantamento da FIEA mostra salto expressivo da área plantada e destaca o setor como eixo estratégico para indústria, emprego e sustentabilidade no estado

Por Redação* 09/12/2025 15h03
Alagoas amplia cultivo de eucalipto e ganha novo papel na economia verde
Em uma década, a área de eucalipto saltou de pouco mais de 2,5 mil hectares para 27,6 mil hectares, um crescimento que reflete não apenas expansão territorial, mas também a crescente relevância desse - Foto: Divulgação

A paisagem econômica de Alagoas passa por uma mudança discreta, porém decisiva. O estudo “Plantio de Eucalipto em Alagoas”, elaborado pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), aponta que um segmento antes considerado secundário assumiu posição de destaque na estratégia industrial e sustentável do estado. 

Em dez anos, a área destinada ao cultivo de eucalipto saltou de pouco mais de 2,5 mil hectares para 27,6 mil hectares. O avanço não representa apenas expansão territorial, mas sinaliza o fortalecimento de uma cadeia essencial para a indústria, para a geração de empregos e para a transição rumo a uma economia de baixo carbono.

Para o setor industrial, o eucalipto deixa de ser uma tendência para se consolidar como oportunidade concreta. “O setor cresce de forma consistente e se tornou um ativo estratégico para Alagoas”, afirma o presidente da FIEA, José Carlos Lyra de Andrade. “Estamos falando de uma cadeia que gera empregos, atrai investimentos, fortalece nossa competitividade e contribui para a transição para uma economia de baixo carbono. O potencial do eucalipto em Alagoas é extraordinário e está apenas começando a ser aproveitado”.

Maceió, Atalaia e Flexeiras lideram o avanço, enquanto Maragogi desponta como novo polo florestal. O ritmo impressiona: a produção de madeira em tora cresceu de 35 mil m³ em 2016 para 561 mil m³ em 2023, elevando Alagoas à liderança regional, com mais de 80% da produção do Nordeste. Paralelamente, o crescimento da oferta de lenha e o aumento recente do carvão vegetal reforçam a diversificação da utilização industrial.

Expansão amplia vagas e impulsiona produtividade


A evolução do setor tem impacto direto no mercado de trabalho. Apenas em 2024, surgiram 93 novos empregos formais, resultado do ciclo de colheita, da intensificação da mecanização e da entrada de novos empreendimentos. Jovens de 18 a 24 anos concentram a maior parte das admissões, indicador de renovação da mão de obra e de aumento da inclusão produtiva.

A projeção é que o estado ultrapasse 42 mil hectares plantados até 2025, sustentado pelo Plano ABC+ Alagoas e iniciativas como a Caetéx Florestal — parceria entre a Dexco e a Usina Caeté — que pretende alcançar sozinha 40 mil hectares cultivados. O estudo também destaca a elevada produtividade local, que chega a 60 m³/ha/ano e pode alcançar 80 m³/ha/ano, desempenho significativamente superior ao registrado nacionalmente.

*Com informações da Assessoria