Economia
Te cuida Pernambuco: AL está prestes a liderar PIB per capita do NE
O indicadores divulgados pelo IBGE confirmam uma tendência cada vez mais visível no cenário econômico regional
De lanterninha da economia nacional, a um dos maiores crescimentos do PIB no Brasil. O indicadores divulgados pelo IBGE confirmam uma tendência cada vez mais visível no cenário econômico regional: Alagoas avança de forma consistente no PIB per capita, reduz distâncias históricas e se aproxima da liderança no Nordeste. A evolução é contínua, marcada por saltos anuais e por uma mudança estrutural que reposiciona o estado no mapa da renda do país.
Se durante anos o “calo” dos alagoanos foi Sergipe, menor estado em extensão territorial do país, Alagoas, o segundo menor em área, conseguiu dar a volta por cima e superou todos os indicadores econômicos do seu estado vizinho. Agora, quem diria, avança rapidamente para superar Pernambuco, outro vizinho – este mais simbólico, afinal Alagoas era até 1817 parte do território pernambucano.
Em 2013, Alagoas registrava um PIB per capita pouco acima de R$ 11,27 mil. A última divulgação divulgada na sexta-feira (14/11) aponta mais de R$ 28,67 mil em 2023, um crescimento superior a 150% em uma década — ritmo que poucos estados brasileiros apresentam. O avanço permitiu ao estado ultrapassar Sergipe, Ceará e Paraíba, além de diminuir a diferença em relação a Pernambuco e Bahia, que tradicionalmente ocupam posições mais altas no ranking regional.
Os números mais recentes reforçam essa tendência. Enquanto o Nordeste apresenta média de R$ 27,6 mil, Alagoas já ultrapassa esse patamar. A Bahia aparece com R$ 30,4 mil e Pernambuco com R$ 29,8 mil. A distância, que já foi de dois dígitos, hoje é estreita e, mantido o ritmo atual, tende a desaparecer nos próximos anos. No caso da Bahia, cuja economia cresce de forma mais moderada, a vantagem caiu rapidamente. Pernambuco também se mantém estável, enquanto Alagoas repete sucessivas altas e ocupa hoje a 22ª posição nacional, acima de estados que por décadas tiveram indicadores superiores.
O crescimento não é isolado: acompanha a expansão do PIB total, a diversificação da matriz produtiva e o avanço de setores como serviços, turismo, indústria química, construção civil e agroindústria. O ciclo iniciado a partir de 2015, mantido e ampliado nos governos seguintes, consolidou um ambiente favorável ao investimento privado, à modernização da infraestrutura e ao aumento da produtividade.
O contraste com o passado é evidente. Em 2002, Alagoas detinha apenas 0,47 da renda média nacional. Em 2022, alcançou 0,49 — ainda abaixo do ideal, mas em trajetória ascendente. Hoje, com base nos dados de 2023, a relação já se aproxima de 0,53, revelando enriquecimento relativo e melhora da capacidade econômica do estado.
Outro ponto relevante é a posição de Alagoas dentro do próprio Nordeste. O Rio Grande do Norte ultrapassou recentemente a Bahia no PIB per capita, movimento que confirma que a hierarquia econômica da região não é estática. Nesse ambiente mais competitivo, Alagoas surge como o estado que mais ganha posições ano após ano, ocupando espaço que antes parecia distante.
A tendência estrutural aponta para a possibilidade — real e não mais apenas retórica — de que Alagoas assuma a liderança regional entre os estados de porte médio no PIB per capita, superando Pernambuco e, em um horizonte próximo, encostando na Bahia. O ritmo alagoano é superior ao dos dois vizinhos, e isso tem reflexos diretos na renda, no mercado de trabalho, no consumo e na arrecadação.
Se a trajetória for mantida, Alagoas poderá, pela primeira vez, disputar efetivamente o primeiro lugar no Nordeste em PIB per capita, sinal de um estado que se aproxima de um novo patamar de desenvolvimento.
Ascensão
A trajetória do PIB per capita mostra, de forma objetiva, a transformação econômica de Alagoas na última década. Em 2013, o estado figurava entre os três piores do país e ocupava a terceira pior posição do Nordeste. Dez anos depois, supera Sergipe, Ceará e Paraíba, assumindo o quarto lugar na região e consolidando um avanço de mais de 150%.
Abaixo, seguem os dados organizados em lista, com base nas tabelas apresentadas e nos números consolidados do IBGE:
Posição de Alagoas em 2013:
• 3º pior do Nordeste
• 3º pior do Brasil
PIB per capita – Nordeste (2023)
1. Rio Grande do Norte – R$ 30.804
2. Bahia – R$ 30.476
3. Pernambuco – R$ 29.857
4. Alagoas – R$ 28.675
5. Sergipe – R$ 27.518
6. Ceará – R$ 26.405
7. Paraíba – R$ 24.395
8. Piauí – R$ 24.736
9. Maranhão – R$ 22.020
Posição de Alagoas em 2023:
• 4º lugar no Nordeste
• Supera Sergipe, Ceará e Paraíba
Evolução do PIB per capita de Alagoas (2013–2023)
• 2013: R$ 11.270
• 2023: R$ 28.675
• Crescimento absoluto: +R$ 17.405
• Crescimento percentual: +155%
• Crescimento superior a 150% em dez anos, ritmo entre os mais altos do Brasil.
• Melhora contínua de posição no ranking do Nordeste.
• Distância encurtada para Bahia e Pernambuco — hoje inferior a R$ 2 mil.
• Mudança estrutural: indústria mais diversificada, turismo mais forte, serviços aquecidos e setor agroindustrial modernizado.
• Comparação direta: enquanto Bahia cresceu cerca de 105% no período e Pernambuco cerca de 90%, Alagoas avançou muito mais rápido.
Tendência
Se mantiver o ritmo médio da última década, Alagoas tende a alcançar Recife e Salvador no PIB per capita antes do fim da década, e poderá disputar a liderança regional — algo impensável em 2013.


