Economia
Mercado ajusta previsão do IPCA para 4,46% e inflação volta ao intervalo da meta
Expectativa para o PIB de 2025 permanece em 2,16%, segundo boletim Focus divulgado pelo Banco Central
Após a divulgação do IPCA de outubro — o menor para o mês em quase três décadas — as projeções do mercado financeiro para a inflação oficial passaram de 4,55% para 4,46% em 2025, voltando ao intervalo da meta estabelecida pelo Banco Central. O índice, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulou alta de 0,09% no mês, influenciado principalmente pela queda na conta de luz. Em setembro, a taxa havia sido de 0,48%, enquanto, em outubro de 2024, havia alcançado 0,56%.
A meta traçada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, com banda de tolerância de 1,5 ponto percentual, variando entre 1,5% e 4,5%. Apesar do recuo, a inflação acumulada em 12 meses está em 4,68%, permanecendo acima do limite superior definido pelo CMN, embora abaixo de 5% pela primeira vez em oito meses.
Os dados constam na edição desta segunda-feira (17) do boletim Focus, publicação semanal do Banco Central que reúne as expectativas de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos. As previsões para 2026 se mantiveram em 4,2%, enquanto as estimativas para 2027 e 2028 ficaram em 3,8% e 3,5%, respectivamente.
Política monetária e juros
Com a inflação ainda distante da meta, o Banco Central mantém a taxa Selic em 15% ao ano, decisão repetida pela terceira reunião consecutiva do Comitê de Política Monetária (Copom). A autoridade monetária ressalta que não descarta novos aumentos, caso considere necessário. Em nota, o BC afirmou que o cenário internacional segue incerto, sobretudo devido às condições econômicas dos Estados Unidos, o que pressiona as finanças globais.
Internamente, a instituição destacou que a desaceleração da economia convive com inflação ainda elevada, o que reforça a perspectiva de juros altos por período prolongado. O Focus estima que a Selic encerre 2025 em 15% ao ano, caindo para 12,25% em 2026 e recuando novamente para 10,5% e 10% em 2027 e 2028.
A elevação dos juros busca conter a demanda e pressionar a queda dos preços, encarecendo o crédito e incentivando a poupança. As instituições financeiras, porém, consideram risco de inadimplência, custos operacionais e margem de lucro na definição das taxas finais ao consumidor, o que pode limitar o ritmo de crescimento da economia. Já reduções na Selic tendem a baratear o crédito, impulsionar consumo e atividade, ao mesmo tempo que reduzem o controle sobre a inflação.
PIB e câmbio
As previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 permaneceram em 2,16%. Para 2026, a projeção está em 1,78%, e para 2027 e 2028, em 1,88% e 2%, respectivamente. No segundo trimestre, a economia nacional cresceu 0,4%, impulsionada pelos setores de serviços e indústria. Em 2024, o PIB havia avançado 3,4%, maior resultado desde 2021.
Quanto ao câmbio, o Focus estima o dólar em R$ 5,40 no encerramento de 2025 e em R$ 5,50 no fim de 2026.
*Com informações da Agência Brasil


