A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou para baixo as projeções econômicas para 2025. Segundo o boletim macrofiscal divulgado nesta quinta-feira (11), a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 2,5% para 2,3%. A previsão de inflação também foi ajustada: o IPCA, principal índice de preços ao consumidor, passou de 4,9% para 4,8%.

De acordo com o documento, o desempenho da economia no segundo trimestre ficou abaixo do esperado, frustrando as expectativas que haviam sido elevadas em julho. Na ocasião, a pasta havia revisado a projeção de crescimento de 2,4% para 2,5%.

O boletim atribui o resultado à política monetária adotada pelo Banco Central, que elevou a taxa Selic para 15% em julho, o maior patamar desde 2006. “Esse quadro de desaquecimento da atividade econômica está associado à política monetária restritiva, levando à desaceleração do crédito”, aponta o texto.

No lado da inflação, a Fazenda destaca fatores como a valorização do real frente ao dólar, a queda nos preços de alimentos e bens industriais, além de impactos externos. O boletim menciona o tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump, que teria contribuído para um “excesso de oferta de bens em escala mundial”.

Para 2026, a projeção de inflação medida pelo IPCA foi mantida em 3,6%, com expectativa de convergência para o centro da meta a partir de 2027.

A análise também chama atenção para a instabilidade no cenário internacional, especialmente em relação às políticas comerciais dos Estados Unidos. “Embora as indefinições quanto ao nível das tarifas tenham diminuído, a incerteza comercial seguiu elevada, refletindo, sobretudo, a falta de previsibilidade em relação às políticas fiscais e comerciais nos Estados Unidos”, conclui a equipe econômica.