Economia

Isenção do IR e Bolsa Família podem aumentar renda em 4,2% em 2026, estima XP

Projeções consideram aprovação dos estímulos fiscais para o ano de eleição; efeito líquido no PIB pode chegar a 0,5 ponto percentual

Por InfoMoney 13/08/2025 10h10 - Atualizado em 13/08/2025 10h10
Isenção do IR e Bolsa Família podem aumentar renda em 4,2% em 2026, estima XP
Dinheiro - Foto: Agência Brasil

A XP projeta que a renda real disponível das famílias brasileiras poderá avançar 4,2% em 2026 caso o governo implemente a isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil e o aumento de cerca de 10% no benefício médio do Bolsa Família. O acréscimo estimado é de quase 1 ponto percentual em relação ao cenário sem esses estímulos.

Segundo os economistas Rodolfo Margato e Tiago Sbardelotto, o impacto combinado das medidas poderia adicionar até 0,7 ponto ao crescimento do consumo no próximo ano, com reflexo de 0,5 ponto no PIB total. O cenário-base da casa já inclui a reforma do IR, mas não a ampliação do Bolsa Família.

A reforma do IR, que inclui isenção para quem ganha até R$ 5 mil e descontos para rendas até R$ 7.350, deve elevar a renda disponível em R$ 31,3 bilhões em 2026. As medidas compensatórias, como a tributação de dividendos (R$ 25,2 bilhões em receita) e remessas ao exterior, afetam principalmente 0,4% dos contribuintes, de maior renda e menor propensão a consumir.

O aumento proposto para o Bolsa Família, de R$ 667 para R$ 735, alcançaria 20,5 milhões de famílias e custaria cerca de R$ 180 bilhões no ano, R$ 16 bilhões acima da projeção atual. A XP estima que esse reforço, somado à reforma do IR, potencialize o consumo das famílias, sobretudo no 3º trimestre, quando também devem ocorrer pagamentos concentrados de precatórios.

“A propensão marginal a consumir é significativamente maior entre famílias de baixa e média renda, justamente as mais beneficiadas pela isenção e pelo aumento do Bolsa Família”, destacam.

A casa ressalta que a taxa de desemprego deve se manter baixa, não superando 6,5% em 2026, mesmo com alguma moderação na criação de vagas. A renda real do trabalho deve avançar cerca de 3,5% no ano que vem, sustentando a massa salarial em patamar elevado. Em 2025, a XP já espera crescimento de 5% da massa de renda, bem acima da projeção inicial.

“Mesmo em um ambiente de política monetária restritiva, as condições favoráveis no mercado de trabalho e o impulso fiscal devem sustentar o consumo nos próximos trimestres”, concluem Margato e Sbardelotto.