Economia

Desemprego cai a 6,2% no tri até maio e Brasil tem recorde de emprego com carteira

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 354,6 bilhões no trimestre até maio, alta de 1,8% ante igual período do ano anterior e novo recorde

Por InfoMoney 27/06/2025 11h11
Desemprego cai a 6,2% no tri até maio e Brasil tem recorde de emprego com carteira
O mercado de trabalho segue resiliente e deve continuar aquecido - Foto: Amanda Perobelli/Reuters

A taxa de desemprego brasileira ficou abaixo do esperado nos três meses até maio e o emprego com carteira assinada bateu recorde no período, mantendo o mercado de trabalho sólido e como um fator de sustentação da atividade econômica.

Dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que a taxa caiu a 6,2% no período, de 6,8% no trimestre imediatamente anterior, até fevereiro. No mesmo período do ano anterior, a taxa de desemprego foi de 7,1%.

A leitura ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 6,4% e ainda marcou o nível mais baixo desde o final do ano passado, quando também ficou em 6,2% no trimestre até dezembro, bem como a menor taxa da série para um trimestre encerrado em maio.

“O mercado segue aquecido e resiliente, isso a gente vê por vários ângulos. Já passou a fase de demissões sazonais e começou o período de contratações para atender a economia”, afirmou William Kratochwill, analista da pesquisa no IBGE.

Embora analistas esperem uma desaceleração gradual no emprego no Brasil, o mercado de trabalho segue resiliente e deve continuar aquecido, dando suporte à atividade econômica, especialmente o consumo das famílias.

Dados do PIB do primeiro trimestre mostraram que as despesas das famílias ajudaram a atividade econômica com um aumento de 1,0%, depois de apresentaram retração no final de 2024.

“Diante das surpresas observadas nos últimos meses e da natureza cíclica do mercado de trabalho, ainda esperamos uma desaceleração gradual do setor, embora ele deva permanecer nesses níveis historicamente mínimos por mais algum tempo”, apontou Igor Cadilhac, economista do PicPay.

Um mercado de trabalho com taxa de desemprego em níveis historicamente baixos e renda em alta exerce pressão inflacionária, principalmente no setor de serviços.

Buscando controlar a alta dos preços, o Banco Central elevou a taxa básica de juros na semana passada a 15%, indicando que a taxa deve permanecer inalterada por “período bastante prolongado”.

Nos três meses até maio, o número de desempregados recuou 8,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior, chegando a 6,828 milhões de pessoas. Isso representa ainda uma queda de 12,3% sobre o mesmo período do ano passado.

Já o total de ocupados aumentou 1,2% na comparação trimestral e 2,5% na base anual, com 103,869 milhões de trabalhadores.

“Os principais responsáveis para a redução expressiva da taxa de desocupação foram o aumento do contingente de ocupados, que cresceu 1,2 milhão de pessoas, naturalmente reduzindo a desocupação, além de taxas de subutilização mais baixas”, explicou Kratochwill.

De acordo com o IBGE, a taxa composta de subutilização da força de trabalho — percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada — ficou em 14,9% nos três meses até maio, de 15,7% no trimestre anterior.

“O mercado de trabalho se mostra aquecido, levando à redução da mão-de-obra mais qualificada disponível e ao aumento de vagas formais”, acrescentou Kratochwill.

O contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu o recorde de 39,762 milhões no trimestre até maio, marcando uma alta de 0,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior e crescendo 3,7% sobre o mesmo trimestre do ano passado.

Os que não tinham carteira subiram 1,2% sobre o trimestre até fevereiro e 0,2% na base anual, chegando a 13,7 milhões. Nos três meses até maio, a renda a média mensal real de todos os trabalhos chegou a R$3.457, de R$3.442 no período de dezembro a fevereiro, um aumento de 0,4%.