Economia

Bolsa cai ao menor patamar em três meses e dólar sobe para R$ 5,221

Índice acionário caiu 1,11%, aos 120.700 pontos; dólar subiu 0,68%, a R$ 5,2560

Por Redação com Folha de São Paulo 12/08/2021 19h07
Bolsa cai ao menor patamar em três meses e dólar sobe para R$ 5,221
Imagem ilustrativa. - Foto: Reprodução

​Por causa das incertezas fiscais e a divulgação de balanços corporativos, a Bolsa de Valores brasileira fecha em queda e com alta da curva de juros futuros. O Ibovespa, principal índice acionário do país, encerrou a sessão desta quinta-feira (12) em queda de 1,11%, aos 120.700 pontos, no menor patamar em três meses.

Já a curva de juros futuros com prazo de um ano ficou em 8,075% ao ano, contra os 7,958% registrados na véspera.

Parlamentares aliados ao governo querem mais tempo para discutir as mudanças e também defenderam ler com antecedência o texto do relator, deputado Celso Sabino (PSDB-PA).

Além disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também afirmou nesta quinta (12) que o governo não tem condições de pagar a conta de R$ 90 bilhões de precatórios prevista para o próximo ano, sob o risco de cometer um crime de responsabilidade fiscal.

“No meio deste impasse, o governo ainda quer aprovar um aumento de no mínimo 50% no Bolsa Família, o que gera ainda mais preocupação com o rumo fiscal. Foi mais um pregão de alta dos DIs [média diária de juros cobrados em depósitos interfinanceiros], com a curva de juros já precificando a Selic ligeiramente acima de 8% no ano que vem”, afirmou o analista da Clear Corretora, Rafael Ribeiro.

Outro ponto que influenciou o pregão desta quinta-feira foi a agenda de balanços corporativos. Na véspera, várias companhias divulgaram seus resultados relativos ao segundo trimestre deste ano.

Entre os destaques negativos, Ultrapar despencou 12,33% após reportar um resultado aquém das expectativas. Minerva também registrou perdas de 11,27% no pregão, após a companhia afirmar que não pretende fechar seu capital, em resposta a ruídos sobre o assunto que fizeram os papéis disparar 14,6% no final da quarta-feira.

No setor, JBS caiu 5,85%, mesmo após reportar o melhor trimestre da história no período de abril e junho, enquanto sinalizou que aquisições recentes não aumentarão alavancagem. Via Varejo caiu 7,3%, mesmo após dobrar o lucro no segundo trimestre, enquanto o resultado operacional caiu 12,6%, a R$ 485 milhões, abaixo das previsões de analistas.

B3 desabou 7,71% após ter mudado para possível o prognóstico para uma perda de processos cíveis de R$ 31,5 bilhões.

“Além disso, na véspera o departamento também informou que o índice de preços ao consumidor subiu 0,5% em julho, enquanto o núcleo avançou 0,3% na comparação mensal. Os dados foram encarados pelos analistas como um sinal de que a inflação está sob controle”, disse o especialista da Valor Investimentos Virgilio Lage.

 Já o dólar fecho o dia em alta de 0,47%, cotado a R$ 5,221 na venda. O resultado foi puxado, em parte, pelo anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que o governo estuda a elaboração de uma proposta que proíba os estados de cobrarem ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre a bandeira tarifária da conta de luz.