Economia

Taxa de desemprego sobe a 7,4%, mostra Pnad Contínua

Por EXAME 09/04/2015 13h01
Taxa de desemprego sobe a 7,4%, mostra Pnad Contínua
Carteira de Trabalho: três meses anteriores tiveram taxa de 6,8 por cento

A taxa de desemprego do Brasil atingiu 7,4 por cento no trimestre encerrado em fevereiro, em comparação a 6,8 por cento nos três meses até janeiro, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE.

O número divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou forte piora em relação à taxa de 6,8 por cento registrada nos três meses até janeiro.

A taxa ficou ainda acima da que foi vista no mesmo período de 2014, também de 6,8 por cento, e da registrada no trimestre encerrado em novembro --que corresponde aos três meses imediatamente anteriores ao período anunciado--, de 6,5 por cento.

"O mercado quebrou um ritmo de queda (da taxa de desemprego) que se via no mercado até há pouco tempo. No período mais curto não tem uma geração de vagas e a procura se tornou bem maior", explicou o coordenador da pesquisa Cimar Azeredo.

Em relação à Pesquisa Mensal de Emprego (PME) a leitura de fevereiro da Pnad Contínua também mostrou piora, uma vez que a PME apontou taxa de 5,9 por cento no segundo mês do ano. A Pnad Contínua tem abrangência nacional e o objetivo é que substitua a PME, que leva em consideração dados apurados apenas em seis regiões metropolitanas do país.

Segundo a Pnad Contínua Mensal, no trimestre até fevereiro o número de desocupados, que inclui aqueles que tomaram alguma providência para conseguir trabalho, atingiu 7,401 milhões de pessoas, alta de 14,7 por cento ante os três meses encerrados em novembro. O IBGE usa a comparação com o trimestre imediatamente anterior ao período anunciado para evitar repetição de dados relativos aos meses anteriores.

A população ocupada, por sua vez, teve queda de 0,4 por cento nos três meses até novembro, para 92,305 milhões, de acordo com o IBGE.

Já o nível de ocupação, que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar, caiu a 56,4 por cento nos três meses até fevereiro, ante 56,9 por cento no trimestre até novembro.

Por outro lado, o rendimento real dos trabalhadores avançou 1,3 por cento na comparação entre os dois períodos, para 1.817 reais.

O mercado de trabalho brasileiro vem enfrentando uma menor criação de vagas e ao mesmo tempo maior procura de trabalho, em um cenário de deterioração econômica diante de inflação e juros altos e perspectiva de contração do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

Em fevereiro, o Brasil perdeu 2.415 vagas formais de trabalho, no pior resultado para o mês desde 1999, de acordo com dados do Ministério do Trabalho.