A Cooperativa Pindorama, localizada no município de Coruripe, no litoral sul de Alagoas, dará início à safra 2024/2025 na próxima quarta-feira, 30 de julho, com a tradicional missa de abertura. Pela primeira vez em sua história, a moagem será iniciada com a produção de etanol a partir do sorgo forrageiro, antecipando em cerca de um mês o início oficial da safra, que costumava ocorrer entre o final de agosto e o início de setembro.

De acordo com o presidente da cooperativa, Klécio Santos, a Pindorama deve processar, ao longo desta safra, entre 400 e 450 toneladas de sorgo por dia, com uma produção diária estimada entre 150 mil e 180 mil litros de etanol. A expectativa é que, até o encerramento do ciclo, sejam produzidos aproximadamente 30 milhões de litros de etanol com base no sorgo e no milho, o que representa um crescimento expressivo em relação à safra anterior, que fechou com 12 milhões de litros — volume produzido, em grande parte, com milho.

“Este será o início de safra mais cedo da história da cooperativa. Estamos começando com o sorgo e devemos manter a moagem até junho do ano que vem”, destaca Klécio.

O milho utilizado no processo, que serve principalmente para a fabricação de alimentos, como o flocão de milho, é oriundo dos estados da Bahia e de Sergipe. Já o sorgo, matéria-prima exclusiva para a produção de etanol, também tem origem baiana, mais precisamente da região de Luís Eduardo Magalhães. Apesar dos incentivos da cooperativa ao plantio em Alagoas e Sergipe, a produção local ainda é considerada tímida. O motivo, segundo Klécio, foi o atraso das chuvas que comprometeu o calendário de plantio, inclusive da própria Pindorama.

Além do etanol, o processamento do sorgo gera o WDG (grão úmido destilado), um subproduto de alto valor nutritivo utilizado na alimentação animal. Cada tonelada de sorgo processada gera, em média, meia tonelada de WDG — o que deve resultar numa produção diária de aproximadamente 200 toneladas. Esse material é fundamental para alimentar os animais do projeto de confinamento de bovinos da cooperativa, que também passa por uma ampliação significativa.

Segundo o presidente, a meta é dobrar a quantidade de animais confinados este ano, saltando de 2 mil para até 4 mil cabeças. “O sorgo é estratégico não apenas por ser competitivo na produção de etanol, mas também por alimentar outros projetos integrados da Pindorama, como o confinamento”, afirma Klécio.

Quanto à safra de cana-de-açúcar, a moagem deve começar entre os dias 10 e 15 de setembro. A expectativa é repetir o volume processado na safra passada, de aproximadamente 850 mil toneladas. Klécio explica que houve atraso no desenvolvimento da cana em função da escassez de chuvas na região de Coruripe, o que justifica o início mais tardio da moagem deste ano. “Decidimos adiar um pouco o início da moagem da cana para dar tempo da planta se desenvolver melhor e alcançar uma produtividade adequada”, explicou.

Com mais de 1.200 cooperados, a Pindorama é uma das maiores cooperativas agroindustriais do Norte e Nordeste, com atuação destacada na produção de açúcar, etanol, alimentos e subprodutos de origem agrícola. A antecipação da safra e o aumento da capacidade produtiva reforçam o protagonismo da cooperativa na economia alagoana e apontam para um novo ciclo de crescimento e diversificação das atividades no campo.