Cooperativismo

Brasil se destaca em ranking da energia solar com protagonismo das cooperativas

Pelo balanço, Brasil foi destaque de crescimento no último ano, sendo o quarto maior mercado mundial de energia solar

Por MundoCoop 12/04/2024 09h09 - Atualizado em 12/04/2024 09h09
Brasil se destaca em ranking da energia solar com protagonismo das cooperativas
Brasil se destaca em ranking da energia solar com protagonismo das cooperativas - Foto: Reprodução

Segundo apuração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), com base em dados da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA), o Brasil acaba de subir duas posições no ranking mundial dos países com maior potência acumulada da fonte solar fotovoltaica. O País encerrou 2023 com 37,4 gigawatts (GW) de capacidade operacional solar e assumiu, de forma inédita, a sexta colocação no balanço internacional.

Os dados consideram a somatória das grandes usinas solares e dos sistemas de geração própria solar de pequeno e médio portes, em telhados e fachadas de edifícios e em pequenos terrenos, com base na potência total acumulada ao final de 2023.

De acordo com a ABSOLAR, a sexta colocação coloca o País em posição de destaque na geopolítica global de transição energética e é fruto dos cerca de 11,9 gigawatts (GW) adicionados da fonte solar no ano de 2023. Ao analisar a potência adicionada somente no último ano, a IRENA coloca o Brasil como o quatro maior mercado de energia solar no mundo em 2023. Com isso, apenas no ano passado, o setor solar atraiu mais de R$ 59,6 bilhões de novos investimentos, um crescimento de 49% em relação aos investimentos acumulados até o final de 2022 no País. Em relação à potência acumulada de energia solar, o ranking é liderado pela China (609,3 GW), seguida pelos Estados Unidos (137,7 GW), Japão (87,1GW), Alemanha (81,7 GW) e Índia (72,7 GW).

Atualmente, a fonte solar é a segunda maior na matriz elétrica nacional, com 41 GW em operação no Brasil, responsáveis por mais de R$ 195 bilhões em novos investimentos, que geraram mais de 1,2 milhão de empregos verdes no País. Atualmente, a participação da fonte solar equivale a 17,4% da matriz elétrica brasileira. 

Para o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, a solar fotovoltaica é a fonte renovável mais competitiva do País, sendo uma forte locomotiva para o desenvolvimento social, econômico e ambiental. “O crescimento acelerado da energia solar é tendência mundial e o avanço brasileiro nesta área é destaque internacional. “O Brasil possui um dos melhores recursos solares do planeta e assume cada vez mais protagonismo neste processo de transição energética e combate ao aquecimento global”, explica. 

O presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk, ressalta que, além de ser uma fonte competitiva e limpa, a maior inserção da energia solar é fundamental para o País reforçar a sua economia e impulsionar a sustentabilidade no Brasil e no mundo. “A fonte solar é um verdadeiro motor de desenvolvimento sustentável, que atrai capital, traz divisas, gera grandes oportunidades de negócios, cria novos empregos verdes e amplia a renda dos cidadãos”, aponta.

Câmara de Distribuição de Energia destaca avanços do setor e protagonismo das cooperativas

A Câmara Temática de Distribuição de Energia Elétrica se reuniu na sexta-feira (05), para apresentar os números que o setor alcançou em 2023 e, também, discutir os desafios que permeiam as discussões legislativas e regulatórias do segmento.

De acordo com levantamento do Sistema OCB, no ano passado, foram conectados à rede de distribuição de energia elétrica 625 mil sistemas de Micro e Minigeração Distribuída (MMGD), o que totalizou mais de 7,4 GW de potência. Além disso, mais de 837 mil unidades consumidoras passaram a contar com os excedentes e os créditos da energia gerada pelos sistemas instalados no período.

Nos primeiros meses de 2024, esse crescimento se manteve, com mais de 155 mil novos empreendimentos em operação e 2 GW de potência instalada, o que traz benefícios a mais de 191 mil unidades consumidoras com créditos. Em pouco mais de 3 meses, quase 20% das cooperativas já geram sua própria energia.

No que diz respeito ao trabalho feito junto aos Três Poderes, Jânio Steffanelo, presidente da Infracoop, da Coprel e coordenador nacional do Ramo Infraestrutura, abordou a questão legislativa e regulatória do mercado livre de energia. Ele ressaltou os desafios impostos pelo ambiente político do Brasil, em que o Congresso Nacional assume um papel que, segundo ele, deveria ser da agência reguladora. “Por isso o posicionamento do Sistema OCB e do movimento cooperativista como um todo, é tão importante. Só assim conseguimos cobrar da Aneel que todas as obrigações da agência sejam cumpridas, a fim de garantir a sustentabilidade do nosso setor”, disse.

Outro tema discutido foi o Projeto de Lei (PL) 4.831/2023, que visa limitar a inserção de geração distribuída para o máximo de 10% da área de atuação das distribuidoras de energia elétrica. Para Thayná Côrtes, analista técnica do Sistema OCB, “a forma como a entidade acompanha essa tramitação é de extrema importância, tendo em vista que a matéria poderá afetar diretamente as cooperativas de infraestrutura”, explicou.

O Projeto de Lei 1.303/2022, que trata da prestação de serviços de telecom por cooperativas, também foi colocado em pauta como prioridade do Sistema OCB, que atua para garantir uma tramitação favorável no Senado Federal.

Bruna Chaves, analista de Relações Governamentais, destacou que a Câmara dos Deputados aprovou a matéria e que, no Senado Federal, precisa passar pela Comissão de Asssuntos Econômicos (CAE) e, posteriormente, pela de Ciência e Tecnologia (CCT), com uma decisão terminativa, que pode dispensar a aprovação em plenário. “Caso consigamos aprovar o texto como veio da Câmara, o texto será encaminhado para o Presidente da República, para sanção ou veto. Durante o ano passado, nós atuamos de forma intensa junto ao Senador Eduardo Gomes, relator da CAE, para que ele tivesse ciência da importância do tema e da necessidade de um parecer favorável, assim como foi”, afirmou.

Outro destaque da reunião foi o acesso do cooperativismo ao Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). O caso da Coprel Telecom, cooperativa que atua como distribuidora, geradora e comercializadora de energia e telecomunicações, em mais de 72 municípios do RS, foi apresentado como exemplo de sucesso.

Para Luis Fernando Volpato, facilitador da Coprel, o Sistema OCB foi fundamental para a inserção da cooperativa no Projeto BNDES Fust, que visa melhorar a infraestrutura de comunicação em áreas sem acesso à internet, e dá destaque ao papel das cooperativas na promoção do desenvolvimento regional e da qualidade de vida das comunidades. “Nós selecionamos as escolas passíveis de atendimento, criamos um projeto de acesso à banda larga e levamos melhoria aos municípios que não possuem acesso à internet. O projeto foi aprovado e, com a ajuda do Sistema OCB, conseguimos marcar uma reunião com o BNDES, que nos trouxe orientações importantes para alcançar essa conquista”.